Frontex está a controlar o Canal da Mancha a pedido da França

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Direitos de autor Anelise Borges / Euronews
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A Euronews foi conhecer a operação que está em curso desde o acidente mortal com o barco de borracha que aconteceu em novembro

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Michael Munkner, piloto dinamarquês, é também comandante da operação “Opal Coast” da Frontex, que vigia a região desde o naufrágio que aconteceu em novembro com um barco de borracha onde morreram 27 migrantes. A equipa está de volta à terra, depois de 5 horas e meia a sobrevoar o Canal da Mancha.

À Euronews, o comandante conta que a monitorização é feita não só à zona onde os migrantes podem tentar passar a fronteira, mas também aos acampamentos. 

"Estamos a monitorizar acampamentos para ver qual é o padrão de vida, o que eles estão fazer, se também se estão a preparar para cruzar a fronteira e também, claro, estamos a olhar para as praias para ver se há partidas em barcos.", diz o comandante. 

A Frontex, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, tem operado sobre a área a pedido da França - e a missão deve durar até o final do ano.

E embora alguns oficiais tenham ouvido falar de uma possível renovação do mandato, há quem duvide da eficácia deste controlo em dissuadir os migrantes de fazer a travessia.

"Acho que as pessoas vão na mesma. Se estiverem desesperadas o suficiente, vão, não importa o que esteja a acontecer. Só espero que possamos estar lá e ajudar a prevenir perda de vidas.", conta o Comandante Michael D. Munkner. 

Elyaas Ehsas, refugiado afegão, diz que os migrantes passam fronteiras por não terem outra hipótese.

"Se eles puderem ficar no país de origem, eles ficariam. Alguém vai ao seu país e tira-lhe tudo, o que faz?". A pergunta de Ehsas retrata a vida do próprio. Deixou o Afeganistão há 6 anos. Depois de ver o pedido de asilo rejeitado pela Suécia, também ele pensou em fazer a travessia do Canal da Mancha.

"Uma das razões pelas quais as pessoas estão a cruzar o canal e a correr muitos riscos é por causa de do acordo de Dublin.", conta. "Pensam que se forem para o Reino Unido não haverá regulamentações de Dublin no Reino Unido por causa do Brexit.", diz Ehsas. 

O regulamento de Dublin parte do pressuposto de que os refugiados têm o mesmo nível de proteção em todos os estados membros da UE, basta pedir asilo no país de chegada. O bloco reconheceu as limitações do esquema e prometeu criar um novo.

No mês passado, Elyaas foi autorizado a pedir asilo novamente, desta vez em França. Mas o caminho, longo, ainda não acabou. Diz que se as autoridades negarem o seu pedido, continuará a jornada quaisquer que sejam as consequências.

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