O Futuro das línguas portuguesa e espanhola debate-se em Brasília

A CILPE 2022 decorre em Brasília de 16 a 18 de fevereiro
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A segunda edição da CILPE é subordinada ao tema: “Línguas, cultura, ciência e inovação”, destacando a importância do digital, quer no domínio da cultura, quer das tecnologias das línguas

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Começa esta quarta-feira, em Brasília, a segunda edição da CILPE - Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola.

Organizada pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, esta segunda edição da CILPE é subordinada ao tema: “Línguas, cultura, ciência e inovação”, destacando a importância do digital, quer no domínio da cultura, quer das tecnologias das línguas.

A diretora da OEI em Portugal e Diretora Geral do Programa de Bilinguismo e Difusão da Língua Portuguesa da OEI, Ana Paula Laborinho, refere: “Esta conferência é muito mais do que um conjunto de especialistas que se reúnem para debater temas, trata-se de um processo que é o de estabelecer pontes entre línguas e ver de que forma é que elas podem contribuir para o desenvolvimento dos seus falantes, daí que, o que já na primeira CILPE fizemos e agora também faremos, é juntar por um lado decisores políticos, - pessoas que tenham responsabilidades nessas áreas - e, por outro lado, especialistas de forma a que possamos estabelecer planos de ação”.

O evento conta com a participação de várias personalidades internacionais, onde se inclui o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, assim como responsáveis de organismos de cooperação e de instituições públicas, especialistas, académicos e profissionais das diferentes áreas num debate de ideias que pretende contribuir para linhas de ação conjunta que projetem internacionalmente os dois idiomas.

Os estudos apontam que 850 milhões de pessoas, em todo o mundo, falam português e espanhol. De acordo com dados demográficos da Organização das Nações Unidas, em conjunto, os dois idiomas devem somar mais de 1,2 mil milhões de falantes, ainda neste século.

No primeiro dia dos trabalhos, o destaque vai para os debates “Línguas, Cultura, Ciência e Inovação” e “Espanhol e Português: Línguas Pluricêntricas”, em que serão abordadas questões como as terminologias científicas ou a presença das línguas portuguesa e espanhola na internet.

Como lembra Ana Paula Laborinho: “Nesta conferência vamo-nos situar, eu diria, em alguns dos desafios para o futuro e são eles muito ligados à inovação, são a importância destas duas línguas na ciência. Não vale a pena estarmos a dizer que são duas grandes línguas globais, ou invocar o número de falantes se, de facto, não tiverem um lugar na produção e difusão científica. Sem isso, não serão essas grandes línguas globais”.

No decorrer da CILPE será lançado um estudo promovido pela OEI, em parceria com o Real Instituto Elcano (Espanha) em que se analisa a situação do português e do espanhol na investigação científica, identificando as condicionantes que levam muitos investigadores ibero-americanos a publicar trabalhos científicos em inglês, apesar de as duas línguas estarem entre os idiomas mais falados do planeta.

A CILPE integra-se no Programa de Difusão da Língua Portuguesa da OEI, e busca encontrar caminhos estratégicos e eficientes de promoção, valorização e disseminação da língua portuguesa em um modelo bilíngue com o espanhol, nas áreas de educação, ciência e cultura.

A Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) é, desde 1949, o primeiro organismo intergovernamental para a cooperação Sul-Sul no espaço ibero-americano e conta, atualmente, com 23 Estados membros.

Com mais de 500 convénios ativos com entidades públicas, universidades, organizações da sociedade civil, empresas e outras organizações internacionais, a OEI representa uma das maiores redes de cooperação da Ibero-América, contribuindo para a redução do analfabetismo na Ibero-América, proporcionando educação básica a aproximadamente 2,3 milhões de jovens e adultos, bem como formação para mais de 100 mil professores ibero-americanos.

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