Escassez de girassol faz subir o preço de todos os óleos alimentares

A subida do preço dos óleos alimentares sente-se em todo o mundo
A subida do preço dos óleos alimentares sente-se em todo o mundo Direitos de autor Martin Meissner/AP
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A escassez do óleo de girassol com origem na Ucrânia e na Rússia está a fazer aumentar fortemente a procura e os preços de todos os óleos alimentares

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Mais de metade da produção mundial de óleo de girassol provém de flores cultivadas na Ucrânia e na Rússia. O conflito está a atingir duramente os abastecimentos.

Das batatas fritas, ao caril, o choque financeiro da guerra está a ser intensamente sentido na cozinha, à medida que os preços do óleo alimentar atingem novos recordes.

Anisa Khan, proprietária de um restaurante em Londres, fala do efeito nos custos.

"A subida do preço do petróleo aumentou bastante os nossos custos, um aumento significativo de 200 a 300%,", afirma.

Os preços dispararam e não deverão ficar por aqui. Em Londres, já há racionamento de óleo, num claro sinal de receio de escassez. Khan fala de preços que já triplicaram.

"O óleo é a parte essencial dos cozinhados, o passo inicial. O preço passou de 20 litros, a 20 libras, para cerca de 60 libras".

A falta de óleo de girassol fez subir o preço de outros óleos vegetais em todo o mundo. A soja, a colza e a palma atingiram preços máximos recentemente.

A responsável de Investimento da Interactive Investor, Victoria Scholar diz: "Já era assim antes da guerra na Ucrânia. Depois da Covid, vimos uma procura muito acelerada, associada a cadeias de fornecimento enferrujadas; houve também algumas condições meteorológicas extremas; agora também com a guerra na Ucrânia, estamos a ver os preços dessas mercadorias aumentarem ainda mais e isso está a afetar países do mundo inteiro".

Com a guerra na Ucrânia milhões de toneladas de óleo de girassol não chegam ao mercado europeu, e não há previsão de quando possam voltar a chegar.

Gary Lewis, Responsável de Importações na KTC Edibles, afirma: "A pequena quantidade de girassol que resta no sistema vai acabar nas próximas semanas. O problema é que não sabemos quanto e por quanto tempo. As dificuldades com o girassol podem continuar até 2023, dependendo da situação nos próximos dois meses".

Os comerciantes são forçados a procurar soluções noutros mercados, na esperança de que as colheitas de girassóis este ano, em países como a Roménia, possam aliviar a pressão sobre a procura.

Os produtores norte-americanos poderão plantar mais 20% de girassol nas suas culturas, este ano, para amenizar os efeitos no mercado mundial.

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