Polónia passa, em outubro, a ter acesso a mais dados sobre a gravidez.
A Polónia prepara-se para colocar em prática, em outubro, uma recolha mais abrangente sobre os dados dos cidadãos. Informação sobre alergias, tipo sanguíneo ou gravidezes passarão a estar disponíveis numa base de dados central. O assunto tem suscitado polémica, uma vez que a lei do aborto é muito restritiva no país.
Antonina Lewandowska, da Fundação para a Mulher e Planeamento Familiar, defendeu que esta não é situação fácil de encarar para as mulheres.
Apesar das mulheres não serem punidas por isso, as informações ficarão visíveis e os profissionais de saúde poderão colocar questões aos doentes. Alei polaca permite às mulheres interromperem a gravidez até à vigésima segunda semana, mas pune quem as ajuda a fazê-lo, incluindo parceiros, ativistas e até mesmo médicos.
A médica Agnieszka Kurczuk diz que ser ginecologista é uma profissão de alto risco na Polónia e opõe-se de forma clara aos novos regulamentos.
O executivo polaco afirma que as novas regras não partiram da iniciativa do partido conservador no governo, mas que entrarão em vigor, como parte de uma recomendação europeia. O executivo diz que estas alterações serão extensíveis a toda a União Europeia.
ParaWojciech Andrusiewicz, porta-voz do Ministério da Saúde polaco, estas informações são importantes na "implementação de tratamentos". O representante do governo disse ainda que a informação sobre a gravidez é fulcral "quando se trata de salvar uma vida".
Outro ponto de discussão é a proteção de dados pessoais, se esta partilha deve ou não ser imposta pelo governo ou se deve ser uma escolha voluntária para cada paciente.