Polónia: cresce contestação em torno de registo médico das grávidas

Mulher grávida.
Mulher grávida. Direitos de autor Gerald Herbert/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved.
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Polónia passa, em outubro, a ter acesso a mais dados sobre a gravidez.

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A Polónia prepara-se para colocar em prática, em outubro, uma recolha mais abrangente sobre os dados dos cidadãos. Informação sobre alergias, tipo sanguíneo ou gravidezes passarão a estar disponíveis numa base de dados central. O assunto tem suscitado polémica, uma vez que a lei do aborto é muito restritiva no país.

Antonina Lewandowska, da Fundação para a Mulher e Planeamento Familiar, defendeu que esta não é situação fácil de encarar para as mulheres.

"Ter o registo é assustador para as mulheres, que podem querer decidir interromper a sua gravidez fora do sistema de saúde"
Antonina Lewandowska
Fundação para a Mulher e Planeamento Familiar

Apesar das mulheres não serem punidas por isso, as informações ficarão visíveis e os profissionais de saúde poderão colocar questões aos doentes. Alei polaca permite às mulheres interromperem a gravidez até à vigésima segunda semana, mas pune quem as ajuda a fazê-lo, incluindo parceiros, ativistas e até mesmo médicos.

A médica Agnieszka Kurczuk diz que ser ginecologista é uma profissão de alto risco na Polónia e opõe-se de forma clara aos novos regulamentos.

"As mulheres estarão em risco de serem espiadas, controladas e, possivelmente, punidas por terem abortado"
Agnieszka Kurczuk
Ginecologista

O executivo polaco afirma que as novas regras não partiram da iniciativa do partido conservador no governo, mas que entrarão em vigor, como parte de uma recomendação europeia. O executivo diz que estas alterações serão extensíveis a toda a União Europeia.

ParaWojciech Andrusiewicz, porta-voz do Ministério da Saúde polaco, estas informações são importantes na "implementação de tratamentos". O representante do governo disse ainda que a informação sobre a gravidez é fulcral "quando se trata de salvar uma vida".

"Uma paciente grávida pode estar numa condição específica em que muitos medicamentos não podem ser administrados”
Wojciech Andrusiewicz
Porta-voz do Ministério da Saúde

Outro ponto de discussão é a proteção de dados pessoais, se esta partilha deve ou não ser imposta pelo governo ou se deve ser uma escolha voluntária para cada paciente.

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