Peru prolonga estado de emergência

O Governo do Peru prolongou por mais 30 dias o estado de emergência em sete regiões do país, onde se inclui a capital, Lima, após o intensificar dos protestos antigovernamentais que já fizeram, pelo menos, 49 mortos.
A medida confere poderes extraordinários às forças de segurança e suspende vários direitos constitucionais como, por exemplo, a liberdade de reunião, de circulação e a inviolabilidade do domicílio.
Os manifestantes exigem a demissão imediata da presidente Dina Boluarte e a dissolução do Congresso.
O estado de emergência, que já estava em vigor desde 15 de dezembro em todo o território do Peru, continua somente nas zonas onde se têm registado os maiores protestos, nomeadamente nas regiões de Lima, Cuzco e Puno e na província de Callao.
O estado de emergência cobre ainda cinco autoestradas, numa altura em que, segundo as autoridades peruanas, o número de estradas bloqueadas por manifestantes aumentou para mais de 120 em 33 províncias, em particular em torno de Lima.
O decreto prolonga também por mais dez dias o toque de recolher obrigatório, entre as 20h00 e as 04h00, na região de Puno, no sul do Peru, um dos epicentros dos protestos.
Horas antes, centenas de pessoas reuniram-se numa marcha desde o centro histórico da capital até ao distrito de Miraflores para exigir a renúncia da presidente Dina Boluarte e protestar contra as mortes ligadas às manifestações.
Os participantes ergueram cartazes a pedir a antecipação para este ano das eleições, previstas para abril de 2024, e o fim da repressão dos protestos, com alguns a agitarem bandeiras peruanas a preto e branco em sinal de luto.
Durante o dia de sábado, também houve protestos em outras regiões, incluindo Cuzco, Puno e Apurímac, no sul do Peru.