O governo do Reino Unido apresentou proposta de lei para travar a chegada ao país de milhões de migrantes em pequenas embarcações
O Reino Unido quer endurecer a legislação contra os migrantes que chegam à sua costa sul em pequenas embarcações.
Uma nova proposta de lei prevê a detenção até 28 dias e a deportação dos migrantes clandestinos, com exceção das crianças e dos que precisam de cuidados médicos.
O governo de Londres acredita que isto vai dissuadir os traficantes.
A ministra do Interior, Suella Braverman, afirma: "Nos próximos anos, os países desenvolvidos enfrentarão níveis sem precedentes de pressões de um número cada vez maior de pessoas que deixam o mundo em desenvolvimento para lugares como o Reino Unido. Se não atuarmos hoje, o problema será pior amanhã, e o problema já é insustentável".
Bravermen diz que esta é uma promessa do primeiro-ministro e a sua prioridade.
Mas os críticos, incluindo a oposição e as ONG, dizem que o projeto de lei não é ético e que o governo está a adotar a abordagem errada.
Nick Beales, do Fórum dos Refugiados e Migrantes de Essex e Londres, argumenta: "Se o governo quer realmente tentar resolver estas questões, o que precisa de fazer é concentrar-se na criação de rotas humanitárias seguras para as pessoas chegarem ao Reino Unido. E precisa de se concentrar na eliminação do atraso existente em matéria de asilo, e pode começar por processar pedidos de pessoas que são de países onde é quase certo que lhes será concedido o estatuto de refugiado no Reino Unido".
O governo reconheceu que a legislação, que denominou ‘Stop the Boats’possivelmente viola as leis de direitos humanos do Reino Unido e está a preparar-se para dificuldades na sua aprovação.
Mas a inauguração pelo primeiro-ministro, Rishi Sunak, de um novo centro para gerir os casos das pequenas embarcações sublinha a determinação do governo em matéria de imigração.