35ª Marcha dos Vivos para homenagear as vítimas do Holocausto e dizer "nunca mais" realizou-se em Auschwitz-Birkenau, o maior complexo de campos de concentração e extermínio nazi alemão da Segunda Guerra Mundial.
Este ano, realizou-se a 35ª "Marcha dos Vivos", a marcha anual dos sobreviventes do Holocausto. Vêm de todo o mundo e trazem familiares e amigos, para que não se esqueçam as atrocidades da guerra, os horrores do ódio e, acima de tudo, para dizer "nunca mais".
"Sou um sobrevivente do lager 8, estive aqui durante 2 anos e 10 meses. Fomos os primeiros judeus a chegar a Auschwitz. O meu número, no meu braço, é 4172. A minha família, quase 105 pessoas pereceram. Eu sou o único sobrevivente. Estou aqui agora pela 20ª vez. Venho aqui porque estou a tentar trazer pessoas até este lugar. Eu sou um sobrevivente. Não sou uma pessoa muito espiritual, mas sou um tipo esperançoso. Lembro-me e falo com todos os jovens que consigo encontrar e quero que vejam, quero que compreendam.O) Holocausto é o maior, o acontecimento mais horrendo, vai além de qualquer descrição," explica o sobrevivente de Auschwitz, David Schaecter.
A marcha acontece de Auschwitz a Birkenau, o maior complexo de campos de concentração e extermínio nazi alemão da Segunda Guerra Mundial.
Embora o número de sobreviventes do Holocausto seja menor ano após ano, os seus descendentes assumem o seu papel na memória do mundo das tragédias que aqui aconteceram.
"É importante manter o legado do Holocausto, vir com alguém que esteve em Auschwitz durante mais de 2 anos e meio, e ter esta experiência com eles. Tenho 3 filhos maravilhosos que estiveram aqui com o meu pai, sobrevivente, e eles compreendem o seu legado, compreendem de onde vieram e o seu avô. E a minha mulher esteve aqui com ele. Por isso, a minha família compreende a importância de manter o legado. Se não continuarem a passar a história, os horrores deste lugar, vai acontecer de novo", adianta Neal Schaecter, filho de David Schaecter, sobrevivente de Auschwitz.
Carolina Krager participou na Marcha com os pais, sobreviventes do Holocausto. Agora juntou-se à filha para dar continuidade à mensagem dos sobrevivente.
"Os meus pais foram sobreviventes. Este é o casaco da minha mãe com o número dela (explica apontando para o casaco que a filha tem vestido), e este é o casaco com o número do meu pai. Hoje é a primeira vez que o visto. A minha mãe marchou sempre de mãos dadas com o meu pai. O meu pai participou na Marcha desde 2016 e o ano passado foi o seu último ano, faleceu em Setembro. Era muito importante para o meu pai passar a mensagem, assegurar que o mundo nunca esqueça, nunca perdoe, e educar toda a gente. Eu continuo a tradição de marchar em sua memória, e em memória da minha mãe, e em honra deles. Mostrar que faremos com que o mundo nunca esqueça," revela Carolina Krager, filha do sobrevivente do Holocausto Edward Mosberg.