Prosseguem os protestos contra a guarda costeira grega e a Frontex

"Guarda Costeira grega - Frontex: assassinos", lê-se neste cartaz de protesto no Porto do Pireu
"Guarda Costeira grega - Frontex: assassinos", lê-se neste cartaz de protesto no Porto do Pireu Direitos de autor Louisa GOULIAMAKI / AFP
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Avolumam-se as dúvidas quanto à ação da guarda costeira grega e da Frontex no dia do naufrágio de um barco com centenas de migrantes em águas gregas.

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Mais um grupo de cerca de 200 pessoas marchou até às instalações da Frontex e da Guarda Costeira grega no domingo, protestando contra a forma como lidaram com o naufrágio mortal da semana passada ao largo da costa de Pylos.

Os críticos afirmam que a guarda costeira grega e a Frontex deveriam ter intervindo mais cedo, para ajudar a colocar os migrantes a bordo em segurança.

O diretor da Frontex esteve na Grécia na sequência da tragédia e a agência diz em comunicado que um dos seus aviões avistou a embarcação superlotada e avisou as autoridades gregas e italianas. 

Segundo o comunicado, a Frontex terá seguido a situação do barco de pesca ao longo de quatro horas, altura em que teve de regressar a terra por falta de combustível (...) Quando um drône da agência voltou a sobrevoar as águas onde o barco navegava, a tragédia já tinha ocorrido.

Cerca de 750 homens, mulheres e crianças da Síria, Egito, territórios palestinianos e Paquistão estavam a bordo da embarcação que tentava chegar à Europa quando se afundou. Pensa-se que cerca de 500 pessoas terão perdido a vida.

No domingo, no porto vizinho de Kalamata, realizou-se uma cerimónia religiosa em memória das vítimas.

Até agora, foram resgatados 104 sobreviventes e 78 corpos.

A guarda costeira grega e os funcionários do governo afirmam que os seus barcos de patrulha e os navios de carga, que se encontravam nas proximidades, tinham estado a seguir o barco de pesca depois de este ter sido avistado por um avião de vigilância da agência europeia Frontex.

Os funcionários gregos dizem que ofereceram ajuda que foi rejeitada por alguém a bordo do arrastão sobrelotado, que acabaria por se virar, provocando a tragédia.

No sábado mais alguns milhares tinham desfilado pelas ruas de Atenas com o mesmo protesto.

Logo no dia do naufrágio, a agência europeia Frontex tinha publicado no Twitter um texto em que se mostrava "profundamente tocada pelos trágicas eventos ocorridos ao largo da Grécia".

A Frontex relatava ainda ter detetado, pelas respetivas aeronaves de vigilância, o barco sobrelotado de migrantes logo na terça-feira, 13 de junho, pelas 09:47 horas da manhã, e "de imediato" ter contactado "as autoridades competentes", no caso as gregas, que mantém ainda operações de busca às alegadas centenas de pessoas que estariam a bordo e se mantêm ainda por localizar.

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