Os cenários possíveis após as legislativas em Espanha

Eleições em Espanha
Eleições em Espanha Direitos de autor PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP or licensors
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Muitos analistas só veem uma solução: a convocação de novas eleições antes do final do ano.

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O Partido Popular (PP) foi o mais votado nas eleições deste domingo em Espanha, mas os lugares no senado são insuficiente para governar o país. Com 170 lugares, a direita e a extrema-direita não conseguiram garantir a maioria absoluta prevista pelas sondagens.

Por seu lado, o Partido Socialista e o partido de extrema-esquerda Sumar ficaram com com 153 lugares, mas têm um leque de possíveis apoios mais alargado, com os quais, matematicamente, poderiam ultrapassar a fasquia dos 175 lugares.

Novas eleições, recondução do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez “in extremis” ou um governo minoritário de direita: quais são os cenários possíveis após as eleições legislativas de domingo em Espanha?

Um governo de direita

Previsto como vencedor por todas as sondagens, o Partido Popular, de direita, saiu efetivamente vencedor das eleições, mas muito aquém das suas expectativas. Com 136 deputados, fica muito aquém da maioria absoluta de 176 lugares no Parlamento, mesmo com o apoio dos 33 deputados do partido de extrema-direita Vox, o seu único aliado potencial.

Vencedor das eleições, o candidato do PP, Alberto Núñez Feijóo, reclama o direito de governar em minoria e apressou-se a "pedir ao Partido Socialista" de Sánchez "e às outras forças políticas que não bloqueiem (a formação de um) governo do PP".

Mas o problema do PP é que precisa do apoio do Vox e de outros partidos para governar. Os partidos regionalistas, como o Partido Nacionalista Basco, vão ter muita dificuldade em apoiar um governo que inclua o Vox".

O PP também poderá conseguir formar governo se os socialistas se abstiverem na votação de nomeação, mas já disseram que não o farão.

Sánchez mantém-se

Em segundo lugar, o Partido Socialista (PSOE) de Pedro Sánchez tem 122 lugares e pode contar com os 31 lugares de Sumar, o seu aliado de esquerda radical.

Para ter alguma hipótese de se manter no poder, a esquerda terá também de contar com o apoio de pequenos partidos regionalistas, como tem feito nos últimos anos. Entre eles, os catalães do ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) e os bascos do Bildu.

Mas isso não será suficiente: terá também de contar com a abstenção do partido Junts per Catalunya. Os seus dirigentes, entre os quais o pró-independência Carles Puigdemont, já deixaram claro que essa eventualidade teria de ser satisfeita como contrapartida.

Se estas condições forem cumpridas, Sánchez poderá ter o apoio de 172 deputados, pouco mais do que a aliança PP-Vox, mas isso seria suficiente numa segunda votação de nomeação, em que apenas é necessária uma maioria simples.

Novas eleições

Este é o cenário mais provável, segundo os analistas.

Se nenhum dos blocos de esquerda e de direita conseguir governar, serão convocadas novas eleições, a priori até ao final do ano.

O novo Parlamento será constituído a 17 de agosto. Os partidos podem então negociar, sem qualquer limite de tempo, para tentar encontrar uma maioria.

Se a investidura falhar, o Chefe de Estado, o Rei Felipe VI, deve dissolver o Parlamento dois meses depois dessa data e convocar novas eleições.

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