Pedro Sánchez precisa dos sete lugares do Juntos pela Catalunha para alcançar a maioria e formar governo. Sem um acordo, Espanha terá de avançar para novas eleições.
As eleições deste domingo deixaram Espanha num impasse. Sem lugares suficientes à esquerda ou à direita para governar, todos os olhos estão postos nos partidos pró-independência da Catalunha.
Depois de anos com pouca influência na política espanhola, o Juntos pela Catalunha (Junts) de Carles Puigdemont tem agora a chave para a formação de um governo. Mas para garantir o apoio a Pedro Sanchez, o partido tem exigências que não surpreendem.
Josep Rius, porta-voz do Juntos pela Catalunha, disse à Euronews que o partido tem uma proposta clara, do exercício do direito à autodeterminação e à amnistia. “Uma amnistia que não foi resolvida com alguns perdões concedidos pelo governo”, sublinhou Rius.
Pedro Sánchez precisa dos 7 lugares do partido pró-independência para alcançar a maioria e formar governo. Sem um acordo, Espanha terá de avançar para novas eleições. Mas as negociações não serão fáceis.
Marc Guinjoan, analista político, lembra que “o PSOE tem dito, ativa e passivamente, que a unidade de Espanha não é algo que não possa ser posto em causa”. Para Guinjoan, “parece difícil para o PSOE negociar nestes termos” e para o Junts “formar ou forçar uma coligação com o PSOE e o Sumar”.
A justiça espanhola pediu ontem a reativação do mandado de captura internacional de Carles Puigdemont, que fugiu para Bruxelas após o referendo ilegal de 2017. A decisão cria mais incerteza sobre possíveis negociações.
O prazo para a constituição do Congresso dos Deputados termina a 17 de agosto, dia que marca o início da nova legislatura. Em Espanha, não existe um prazo legal específico para a investidura do Presidente e, por isso, as negociações poderão demorar semanas".