Incêndios no Havai: 80 mortos e mil casas ardidas

Os restos de uma igreja, após a passagem das chamas vorazes pela ilha de Maui, no Havai
Os restos de uma igreja, após a passagem das chamas vorazes pela ilha de Maui, no Havai Direitos de autor Rick Bowmer/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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O número de mortos dos incêndios florestais da ilha de Maui, no Havai, continua a aumentar à medida que se procede a buscas em toda a área ardida.

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A contagem das vítimas mortais subiu para 80 na sexta-feira. As autoridades estão a vasculhar os escombros ainda fumengantes de mais de mil casas em Lahaina, enquanto tentam perceber  como é que o inferno se espalhou tão rapidamente pela histórica cidade turística, sem qualquer aviso.

O governador Josh Green advertiu que o número de mortos provavelmente aumentaria até ao final das buscas.

O cenário é dantesco. Cascos enegrecidos de carros queimados, casas em cinzas, quarteirão após quarteirão milhares de vidas e empresas destruídas. Postes telefónicos incinerados e poços de elevadores erguendo-se de terrenos cinzentos onde outrora existiam edifícios de apartamentos. Um camião cheio de garrafas de vidro, deformadas em formas surreais pela intensidade do calor.

Candie Olafsen, uma residente local comenta: "As pessoas são encontradas em casas, amontoadas, abraçadas umas às outras, porque o fogo cercou as suas casas antes mesmo de poderem sair, não havia para onde ir. E estas casas são muito antigas e são feitas de madeira. Desapareceram o como um fósforo. Não houve nenhum aviso".

A Procuradora-Geral, Anne Lopez, anunciou planos para efetuar uma análise exaustiva da tomada de decisões e das políticas permanentes que tiveram impacto na resposta aos incêndios florestais mortais.

"O meu departamento está empenhado em compreender as decisões que foram tomadas antes e durante os incêndios florestais e em partilhar com o público os resultados dessa análise", afirmou, num comunicado.

O pesadelo na ilha não acabou nesse dia. Um novo incêndio na sexta-feira provocou a evacuação de Kaanapali em West Maui, uma comunidade a nordeste da área que ardeu anteriormente, anunciou o Departamento de Polícia de Maui nas redes sociais. Não foram fornecidos de imediato quaisquer pormenores sobre a evacuação.

Os incêndios florestais são o desastre natural mais mortífero do estado em décadas, ultrapassando o tsunami de 1960 que matou 61 pessoas. Um tsunami ainda mais mortífero em 1946, que matou mais de 150 pessoas na Ilha Grande, levou ao desenvolvimento de um sistema de emergência em todo o território com sirenes que são testadas mensalmente.

Muitos sobreviventes do incêndio disseram que não ouviram nenhuma sirene nem receberam qualquer aviso que lhes desse tempo suficiente para se prepararem.

Os registos da gestão de emergências do Havai não indicam que as sirenes de aviso tenham soado antes de as pessoas terem de correr para salvar as suas vidas. As autoridades enviaram alertas para telemóveis, televisões e estações de rádio, mas os cortes de energia e de telemóveis podem ter limitado o seu alcance.

O incêndio mais grave atingiu Lahaina na terça-feira e deixou uma rede de escombros cinzentos entre o oceano azul e as encostas verdejantes. Os jornalistas da Associated Press descobriram que a devastação incluía quase todos os edifícios da Front Street, o coração da histórica Lahaina e o centro económico de Maui.

O perigo em Maui era bem conhecido. O plano de mitigação de riscos do condado de Maui atualizado em 2020 identificou Lahaina e outras comunidades de West Maui como tendo incêndios florestais frequentes e vários edifícios em risco. O relatório também referia que West Maui tinha a segunda maior taxa de agregados familiares sem veículo e a maior taxa de pessoas que não falam inglês, o que poderia dificultar as reações aos alertas e informações às populações.

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