Terramoto político e económico depois das primárias na Argentina

Javier Milei
Javier Milei Direitos de autor Natacha Pisarenko/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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Para Christopher Sabatini, Investigador sénior no think tank britânico Chatham House, “quando as pessoas não confiam nos seus políticos e nas suas instituições, procuram respostas extremas fora do sistema".

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A Argentina sofreu um terramoto político e a resposta dos mercados foi clara: os preços subiram 30% nos dois dias que se seguiram à vitória deJavier Milei, o candidato da extrema-direita, nas eleições primárias.

Para Christopher Sabatini,Investigador sénior no think tank britânico Chatham House, a questão é se Milei ou alguém pode corrigir a economia do país. “Há alguns pontos positivos mas trata-se de questões estruturais. Por exemplo, a despesa pública representa 40% do PIB. Isso significa que, se quisermos resolver o problema da dívida, a questão da inflação e a tendência do Banco Central para imprimir moeda, teremos de reduzir drasticamente os subsídios", defende.

Num país que se debate com uma inflação anual de mais de 100%, uma pobreza crescente e uma moeda em rápida desvalorização, o voto foi uma resposta contra a classe política. Mas será que representa uma mudança ideológica na Argentina?

Christopher Sabatini não acredita que “a vitória surpreendente de Milei nas primárias represente uma mudança generalizada do eleitorado argentino para a direita”.

A corrupção e a falta de renovação da classe política têm tido consequências em toda a região. Nos Estados Unidos, no Brasil e em grande parte da América Latina. Perante o sentimento de insegurança, as pessoas procuram alternativas extremas.

Para Sabatini, "há uma sensação de que não houve renovação política, de que os políticos não são responsáveis. Mas também há um sentimento de profunda insegurança económica”.

O investigador da Chatham House sublinha que “quando as pessoas não confiam nos seus políticos e nas suas instituições, procuram respostas extremas fora do sistema".

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