Abertura à ordenação de mulheres e a uniões homossexuais divide progressistas e conservadores, na primeira sessão da XVI Assembleia Sinodal.
O Sínodo dos Bispos arranca esta quarta-feira, no Vaticano, para debater o futuro da Igreja Católica. Pela primeira vez, as mulheres vão participar nos debates, tendo sido concedido a mais de 50 o direito de votar o documento final, algo que, até agora, era apenas reservado aos bispos.
Mas outra questão tem envolvido o encontro em polémica. Um grupo de cardeais conservadores e acérrimos críticos do Papa reuniu-se esta terça-feira para pedir a Francisco que reafirme a doutrina católica em relação à ordenação de sacerdotisas e às uniões homossexuais.
Em causa está uma carta enviada aos bispos em julho e divulgada pelo Vaticano no início da semana, onde o sumo pontífice apela a uma maior "compreensão" da Igreja e sugere abertura para estudar a consagração deste tipo de uniões.
Em cima da mesa vão estar também outros temas, como os abusos sexuais, a possibilidade de as mulheres celebrarem batizados e casamentos e a ordenação de homens casados como padres.
A assembleia é a última etapa de um processo consultivo de quase dois anos que termina a 29 de outubro. A conclusão dos trabalhos está agendada para outubro de 2024.
Portugal está representado no encontro pelo presidente e pelo vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, e D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra.