Invadido aeroporto do Daguestão, uma alegada caça a israelitas em avião proveniente de Telavive

Agências de notícias russas relatavam que centenas de pessoas invadiram o principal aeroporto da região do Daguestão para protestar contra a chegada de um avião proveniente de
Agências de notícias russas relatavam que centenas de pessoas invadiram o principal aeroporto da região do Daguestão para protestar contra a chegada de um avião proveniente de Direitos de autor AP/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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De  Nara Madeira com AP, AFP
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No Daguestão, de maioria muçulmana, centenas de homens invadiram o principal aeroporto à procura de passageiros israelitas vindos de Telavive.

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O ministério do Interior russo anunciou a detenção de 60 pessoas, e mais de 150 foram identificadas, após a invasão do principal aeroporto em Makhachkala, a capital da república russa do Daguestão, predominantemente muçulmana. A mesma fonte acrescentava, em comunicado, que  estavam em curso operações de busca para identificar todos os agressores.

Uma multidão, composta por homens, invadiu a pista e o terminal da referida infraestrutura no domingo à noite, supostamente após terem sido informados de que um avião proveniente de Telavive, em Israel, ia fazer escala ali.

Durante os confrontos nove polícias ficaram feridos, dois deles foram hospitalizados.

A Agência Russa da Aviação informava que o aeroporto só reabrirá terça-feira de manhã.

De acordo com o meio de comunicação social russo independente Sota, os homens começaram por permanecer no exterior do aeroporto a verificar os passaportes dos passageiros, à procura de cidadãos israelitas.

Mais tarde, vídeos publicados no Telegram mostravam homens a derrubar barreiras, a verificar o interior de automóveis ou a forçar portas no interior do terminal. Um deles mostrava mesmo homem na asa de um avião da Red Wings a espreitar pelas janelas.

No site Flightradar, havia registo de um voo oriundo de Telavive, e operado pela companhia aérea russa Red Wings, que aterrou em Makhatchkala às 19:00, horas locais, de domingo. Tratar-se-ia de um voo de trânsito que deveria descolar para Moscovo às 21h00. 

Autoridades do Daguestão aponto o dedo à Ucrânia

O líder desta república russa do Cáucaso afirmava, esta segunda-feira, mas sem apresentar provas, que os distúrbios foram organizados a partir de território ucraniano. Sergei Melikov afirmava que "os promotores desta ação são obviamente os nossos inimigos".

Enquanto decorria o incidente, Israel apelava à Rússia para que "protegesse todos os cidadãos israelitas e todos os judeus".

No domingo, tinha sido incendiado um centro judaico na cidade de Nalchik, na região meridional de Kabardino-Balkaria, na Rússia, informação avançada pela agência RIA Novosti.

EUA condenam incidente

Os Estados Unidos voltaram a condenar as "manifestações antissemitas", e esta em particular, através da porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. Adrienne Watson afirmava, nas redes sociais, que "nunca há desculpa ou justificação para o antissemitismo" e voltava a reiterar o apoio do seu país a Israel: "Os EUA estão, inequivocamente, ao lado de toda a comunidade judaica, que assiste a um aumento do antissemitismo a nível mundial.

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