No Daguestão, de maioria muçulmana, centenas de homens invadiram o principal aeroporto à procura de passageiros israelitas vindos de Telavive.
O ministério do Interior russo anunciou a detenção de 60 pessoas, e mais de 150 foram identificadas, após a invasão do principal aeroporto em Makhachkala, a capital da república russa do Daguestão, predominantemente muçulmana. A mesma fonte acrescentava, em comunicado, que estavam em curso operações de busca para identificar todos os agressores.
Uma multidão, composta por homens, invadiu a pista e o terminal da referida infraestrutura no domingo à noite, supostamente após terem sido informados de que um avião proveniente de Telavive, em Israel, ia fazer escala ali.
Durante os confrontos nove polícias ficaram feridos, dois deles foram hospitalizados.
A Agência Russa da Aviação informava que o aeroporto só reabrirá terça-feira de manhã.
De acordo com o meio de comunicação social russo independente Sota, os homens começaram por permanecer no exterior do aeroporto a verificar os passaportes dos passageiros, à procura de cidadãos israelitas.
Mais tarde, vídeos publicados no Telegram mostravam homens a derrubar barreiras, a verificar o interior de automóveis ou a forçar portas no interior do terminal. Um deles mostrava mesmo homem na asa de um avião da Red Wings a espreitar pelas janelas.
No site Flightradar, havia registo de um voo oriundo de Telavive, e operado pela companhia aérea russa Red Wings, que aterrou em Makhatchkala às 19:00, horas locais, de domingo. Tratar-se-ia de um voo de trânsito que deveria descolar para Moscovo às 21h00.
Autoridades do Daguestão aponto o dedo à Ucrânia
O líder desta república russa do Cáucaso afirmava, esta segunda-feira, mas sem apresentar provas, que os distúrbios foram organizados a partir de território ucraniano. Sergei Melikov afirmava que "os promotores desta ação são obviamente os nossos inimigos".
Enquanto decorria o incidente, Israel apelava à Rússia para que "protegesse todos os cidadãos israelitas e todos os judeus".
No domingo, tinha sido incendiado um centro judaico na cidade de Nalchik, na região meridional de Kabardino-Balkaria, na Rússia, informação avançada pela agência RIA Novosti.
EUA condenam incidente
Os Estados Unidos voltaram a condenar as "manifestações antissemitas", e esta em particular, através da porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. Adrienne Watson afirmava, nas redes sociais, que "nunca há desculpa ou justificação para o antissemitismo" e voltava a reiterar o apoio do seu país a Israel: "Os EUA estão, inequivocamente, ao lado de toda a comunidade judaica, que assiste a um aumento do antissemitismo a nível mundial.