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Acordo de paz com a Rússia seria um “pacto com o diabo”, diz conselheiro de Zelenskyy 

A Rússia invadiu a Ucrânia há cerca de dois anos e meio.
A Rússia invadiu a Ucrânia há cerca de dois anos e meio. Direitos de autor  AP Photo
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De Euronews
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O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak sugere que um acordo com a Rússia não iria beneficiar a Ucrânia e que Moscovo arrastaria o país “para o inferno".

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Assinar um acordo com a Rússia para parar a guerra na Ucrânia equivaleria a assinar "um pacto com o diabo", disse um dos mais influentes assessores do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy.

Mikhailo Podolyak fez os comentários numa altura em que o governo de Kiev está a ser pressionado para procurar um fim para a guerra, que começou com a invasão da Rússia, em fevereiro de 2022.

Em entrevista à agência Associated Press (AP), Podolyak disse que um acordo apenas daria tempo para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fortalecer o exército e abrir um novo capítulo, potencialmente mais violento, na guerra.

“Se queres assinar um pacto com o diabo, que depois te arrastará para o inferno, então força. É isso que a Rússia é,” disse Podolyak, quando questionado sobre as perspetivas de um acordo de paz para a Ucrânia.

“Se assinares qualquer coisa hoje com a Rússia, isso não vai fazer com que ela perca a guerra, nem seja legalmente responsável por crimes em grande escala, isso significa que assinaste um bilhete para continuar a guerra noutra escala, com outros protagonistas, com um número diferente de mortos e torturados,” afirmou.

Momento de cansaço

A perpsetiva de Podolyak é partilhada por aqueles que estão próximos do presidente Zelenskyy e amplamente disseminada entre os ucranianos. Mas também há cada vez mais pressão do Ocidente para um acordo de paz, numa altura em que as forças ucranianas estão cada vez mais desgastadas face a um inimigo mais poderoso.

Kiev também enfrenta alguma incerteza em relação ao apoio político dos Estados Unidos no futuro, perante a possibilidade de Trump vencer as eleições presidenciais de novembro.

Na Ucrânia, a população também começa a mostrar cansaço da guerra, depois de dois anos e meio a lutar contra ataques, cortes de eletricidade e a morte de familiares.  

Com isso em mente, até Zelenskyy sugeriu pela primeira vez desde a invasão russa uma abertura para negociar com a Rússia, dizendo que Moscovo deveria enviar uma delegação para a próxima cimeira global de paz, prevista para novembro.

Mas Podolyak insiste que um acordo vai resultar em mais violência no futuro.

“Sim, pode haver um congelamento do conflito por um certo tempo. Mas isso significa que a Federação Russa vai trabalhar nos seus erros e atualizar o exército," disse. “Um país agressor não veio ao território ucraniano para assinar um acordo de paz. Isso é um absurdo”.

Boas relações com democratas e republicanos

A Ucrânia é um dos países que observa mais de perto as eleições presidenciais dos EUA. Mas Mykhailo Podolyak está confiante de que Kiev estabeleceu boas relações com ambos os lados em disputa nas eleições norte-americanas.

“A Ucrânia tem boas relações... tanto com o Partido Republicano, como com o Partido Democrata,” afirmou. “Não é uma questão de relações pessoais, apenas ao nível do candidato ou líder. É uma questão das relações institucionais entre os partidos dos Estados Unidos e os partidos e as instituições da Ucrânia."

No entanto, alguns dos principais políticos republicanos, incluindo o candidato à vice-presidência, JD Vance, expressaram apoio à retirada do apoio militar americano à Ucrânia. Além disso, Donald Trump é frequentemente retratado como sendo favorável ao líder russo, Vladimir Putin.

Zelenskyy, contudo, conversou por telefone com Trump logo após a Convenção Nacional Republicana, que oficializou a nomeação do magnata como candidato republicano às presidenciais. Podolyak diz que o tom desta conversa telefónica foi positivo.

Quanto ao Partido Democrata, Podolyak diz ter “grande simpatia” pela administração do presidente Joe Biden, apesar do que diz ser uma lenta tomada de decisões em relação à Ucrânia.

“Tomaram todas as decisões que a Ucrânia precisava, de uma forma ou de outra: fornecimento de armas à Ucrânia; autorizações adicionais para ataques nos territórios fronteiriços da Federação Russa; apoio diplomático e informativo e por aí adiante".

Independentemente do partido que sair vitorioso das eleições de novembro, Podolyak acredita que a Ucrânia vai continuar a ter fortes relações com os EUA.

“Independentemente de quem vai estar na Casa Branca, não vejo um cenário em que seja possível parar a ajuda à Ucrânia,” concluiu o conselheiro de Zelenskyy.

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