Diretora-adjunta do FMI avisa que se as potências económicas deixarem de fazer trocas comerciais entre si, o PIB mundial cai 7%
Gita Gopinath é uma das economistas mais influentes da atualidade. A diretora-adjunta do Fundo Monetário Internacional foi distinguida com o Prémio Bernhard Harms este ano e em conversa com a euronews, explicou porque a guerra na Ucrânia preocupa o mundo da economia:
"Se os países se separarem em dois blocos e não houver nenhuma troca comercial entre esses dois blocos, fizemos uma simulação e isso reduziria o PIB mundial em cerca de 7%. É um número muito elevado, é como perder as economias do Japão e da Alemanha".
Uma economia dividida seria má para todos, sem exceção, mas nem todos seriam atingidos da mesma forma.
A União Europeia, em particular, tem bastante a perder: "A UE é bastante vulnerável a estes riscos de fragmentação porque é muito aberta em termos de comércio, é mais aberta do que a China e do que os EUA".
Para Gita Gopinath, no entanto, Bruxelas tem tudo o que necessita para sobreviver e tornar-se mais forte, caso a economia siga o caminho da divisão em blocos estanques:
"Os benefícios de ter um mercado único mais aprofundado é que isso traria muito mais capital para a UE investir nas transições muito importantes que a União Europeia está a atravessar, incluindo a transição verde, incluindo a digitalização - que requer muito investimento. A união dos mercados de capitais e a união bancária libertam o capital necessário para aumentar a produtividade e para realizar estas transições ecológicas, o que é bom para todos".