A "contradição" norte-americana na guerra entre Israel e o Hamas

Um tanque israelita estacionado no sul de Israel, perto da Faixa de Gaza
Um tanque israelita estacionado no sul de Israel, perto da Faixa de Gaza Direitos de autor AP Photo/Victor R. Caivano
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De  Maria Barradas com Agências
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Estados Unidos vendem milhares de cartuchos de tanques a Israel, vetam o projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo humanitário imediato e apelam a Israel para minimizar o número de vítimas.

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A administração norte-americana vendeu 14 mil cartuchos de tanques a Israel sem a aprovação do Congresso. O governo utilizou uma declaração de emergência da Lei de Controlo de Exportação de Armas.

É suposto esta remessa fazer parte de um pacote mais alargado que Joe Biden está a pedir ao Congresso para aprovar, que contempla 45.000 cartuchos de tanques, no valor de cerca de 500 milhões de dólares.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou ao Congresso que a venda dos tanques a Israel é do interesse da segurança nacional dos Estados Unidos. Os críticos sublinham que isto está em contradição com os repetidos apelos de Washington a Israel no sentido de minimizar o número de vítimas civis.

Israel está grato aos EUA pelo apoio, tanto material como político. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, manifestou o seu "apreço" pelo veto dos EUA ao projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo humanitário imediato.

"Aprecio muito a posição correta que os Estados Unidos tomaram no Conselho de Segurança da ONU. Os outros países também devem compreender que é impossível, por um lado, apoiar a eliminação do Hamas e, por outro, apelar ao fim da guerra que impedirá a eliminação do Hamas. Por conseguinte, Israel prosseguirá a sua guerra justa para eliminar o Hamas e para atingir os outros objetivos de guerra que fixámos", disse.

Os combates prosseguem em todo o território da Faixa de Gaza, com Khan Younis a tornar-se o novo foco principal. Segundo os meios de comunicação israelitas, é nesta cidade que se esconde o chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, que alegadamente escapou de Gaza num camião humanitário. Sinwar é o inimigo público número um de Israel na Faixa de Gaza.

A guerra faz centenas de vítimas todos os dias. Segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas, já perderam a vida mais de 17.500 pessoas e a situação dos sobreviventes agrava-se a cada hora. Para além da falta de comida, água, cobustíveis e medicamentos, os hospitais registam ocupações acima dos 250% e existe um enorme risco de doenças nos campos de refugiados sobrelotados.

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