Estados Unidos vendem milhares de cartuchos de tanques a Israel, vetam o projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo humanitário imediato e apelam a Israel para minimizar o número de vítimas.
A administração norte-americana vendeu 14 mil cartuchos de tanques a Israel sem a aprovação do Congresso. O governo utilizou uma declaração de emergência da Lei de Controlo de Exportação de Armas.
É suposto esta remessa fazer parte de um pacote mais alargado que Joe Biden está a pedir ao Congresso para aprovar, que contempla 45.000 cartuchos de tanques, no valor de cerca de 500 milhões de dólares.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou ao Congresso que a venda dos tanques a Israel é do interesse da segurança nacional dos Estados Unidos. Os críticos sublinham que isto está em contradição com os repetidos apelos de Washington a Israel no sentido de minimizar o número de vítimas civis.
Israel está grato aos EUA pelo apoio, tanto material como político. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, manifestou o seu "apreço" pelo veto dos EUA ao projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo humanitário imediato.
"Aprecio muito a posição correta que os Estados Unidos tomaram no Conselho de Segurança da ONU. Os outros países também devem compreender que é impossível, por um lado, apoiar a eliminação do Hamas e, por outro, apelar ao fim da guerra que impedirá a eliminação do Hamas. Por conseguinte, Israel prosseguirá a sua guerra justa para eliminar o Hamas e para atingir os outros objetivos de guerra que fixámos", disse.
Os combates prosseguem em todo o território da Faixa de Gaza, com Khan Younis a tornar-se o novo foco principal. Segundo os meios de comunicação israelitas, é nesta cidade que se esconde o chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, que alegadamente escapou de Gaza num camião humanitário. Sinwar é o inimigo público número um de Israel na Faixa de Gaza.
A guerra faz centenas de vítimas todos os dias. Segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas, já perderam a vida mais de 17.500 pessoas e a situação dos sobreviventes agrava-se a cada hora. Para além da falta de comida, água, cobustíveis e medicamentos, os hospitais registam ocupações acima dos 250% e existe um enorme risco de doenças nos campos de refugiados sobrelotados.