A greve dos maquinistas na Alemanha começou na terça-feira com a paralisação dos comboios de transporte de mercadorias. Esta quarta-feira, foram também afetados os serviços de passageiros.
Milhares de pessoas enfrentam atrasos e supressões nos serviços de comboio na Alemanha, devido a uma greve nacional, depois de em dezembro as negociações entre o sindicato dos maquinistas (GDL) e o Deutsche Bahn (DB) terem fracassado.
A greve dos maquinistas começou, na terça-feira, com a paralisação dos comboios de carga, seguindo-se a paralisação dos serviços de passageiros, esta quarta-feira.
A greve deverá continuar até sexta-feira, forçando o operador nacional da ferrovia a funcionar em serviços mínimos.
Os comboios de alta velocidade de longo curso são os mais afetados, com apenas 20% dos serviços operacionais.
Se alguns passageiros entendem a situação, para outros é uma dor de cabeça.
"Se limitássemos a circulação a 50% ou algo do género, tudo bem. Mas, em geral, nada funciona. Essa é a minha opinião. Tenho uma consulta para uma cirurgia às 10 horas da manhã, que está marcada há meses. Fui obrigado a arranjar uma solução para chegar a Berlim mais cedo. É uma falta de consideração", lamenta um passageiro.
"Penso que [os maquinistas] estão no seu direito. Pessoalmente, não tenho grandes problemas com isso", refere outro passageiro.
As paralisações são "uma importunação absoluta numa semana como esta, quando o clima já está complicado e as difíceis condições de mobilidade na Alemanha tornam tudo um desafio", disse o porta-voz da DB, Achim Stauß.
Os maquinistas alemães levam a cabo uma longa disputa sobre salários e horários de trabalho com o operador nacional da ferrovia.
Exigem uma redução gradual da semana de trabalho de 38 para 35 horas, sem perda salarial, a partir de 1 de janeiro de 2025, um aumento salarial de 420 euros em duas fases e um aumento significativo da remuneração como compensação pela inflação.
Além disso, reivindicam um aumento geral dos salários de 555 euros e um prémio de compensação da inflação isento de impostos de 3.000 euros para os trabalhadores a tempo parcial e a tempo inteiro e de 1.500 euros para os aprendizes.
O sindicato dos maquinistas exige ainda um aumento de 5% da contribuição patronal para o plano de pensões da empresa, um aumento do prémio de trabalho por turnos para 25%, entre outros pontos, tudo a ser implementado no prazo de 12 meses.
A Deutsche Bahn tentou legalmente impedir a greve, mas na terça-feira à noite um tribunal ordenou que a greve prosseguisse como planeado.