Oposição norte-macedónia contra revisão constitucional

Manifestação em 2022 contra a reforma que será votada este ano e consagra os búlgaros como "fundadores da nação"
Manifestação em 2022 contra a reforma que será votada este ano e consagra os búlgaros como "fundadores da nação" Direitos de autor Boris Grdanoski/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
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De  Anđelka Ćup / Euronews Sérvia
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Um editor de um dos principais jornais do país e um porta-voz do partido do governo comentam, à Euronews, o que está em jogo.

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A Macedónia do Norte está a preparar uma reforma constitucional que consagra os búlgaros como uma das nações fundadoras do país, uma solução proposta pela França para resolver uma questão antiga entre o país e a Bulgária. Os deputados do maior partido da oposição do país, o VMRO-DPMNE , decidiram votar contra estas alterações porque, segundo afirmam, estas ameaçam a existência da nação macedónia. Esta é também a opinião de uma parte importanta da população.

Diz Branko Gerovski, diretor do jornal "Plus info": "Em princípio, os macedónios não têm nada contra o facto de os búlgaros fazerem parte desta lista de nações. No entanto, é muito importante que no preâmbulo, com algumas frases, seja reforçada a narrativa sobre a continuidade histórica do povo macedónio, a nação macedónia e a singularidade da língua original macedónia".

Para a atual maioria governamental, a oposição não está a dizer a verdade. Diz Darko Kaevski, porta-voz da Aliança Social Democrata (partido no poder): "Vamos entrar na União Europeia com uma língua macedónia pura e reconhecida, com identidade e singularidade macedónias, tal como garantido pelas negociações com a União Europeia".

As alterações constitucionais só serão decididas em junho, após as eleições presidenciais de 24 de abril e as eleições legislativas de 8 de maio.

Para Darko Kaevski, "a Macedónia do norte, enquanto país, tem de cumprir essa obrigação, temos de a concretizar, se queremos continuar o caminho europeu".

Albanês vai chefiar governo

A 100 dias das eleições, Skopje vai ter um governo tecnocrata, chefiado por um primeiro-ministro de etnia albanesa, o que trouxe divisões adicionais à cena política do país. Durante mais de vinte anos, os albaneses fizeram parte de todos os governos norte-macedónios.

"Há uma experiência política geral na Macedónia que diz que quem ganhar tem de formar um governo em que haja albaneses, e não quaisquer albaneses, mas albaneses que ganharam no seu campo, no seu campo albanês, ou pelo menos estão bem no seu campo", explica Branko Gerovski.

Na corrida eleitoral da primavera, duas grandes coligações albanesas vão competir este ano, a "União Democrática dos Albaneses" e a "União Europeia para a Mudança".

Na coligação "União Europeia para a Mudança", que reúne partidos albaneses da oposição, foi anunciado que o Movimento de Autodeterminação do Kosovo, de Aljbin Kurti, também vai participar nas eleições macedónias, com um candidato a deputado no parlamento macedónio. 

O presidente da comissão eleitoral do Estado macedónio afirmou que é impossível a participação nas eleições macedónias de qualquer pessoa proveniente dos outros países da região.

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