França: governo cede aos agricultores e adia plano para eliminar uso de pesticidas

Uso de pesticidas na agricultura
Uso de pesticidas na agricultura Direitos de autor AP Photo
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Medida pode ter acalmado os protestos dos agricultores, mas enfurece ambientalistas. Não serão impostas novas proibições ao uso de pesticidas, e nenhum pesticida autorizado na União Europa será proibido em França.

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Perante os fortes protestos dos agricultores dos últimos dias, o governo francês fez uma pausa no plano destinado a eliminar o uso de alguns pesticidas.

O primeiro-ministro de França, Gabriel Attal, prometeu que não haverá novas proibições ao uso de pesticidas "sem uma solução", e acrescentou que nenhum pesticida autorizado na União Europeia terá o uso interditado em França. 

A garantia surge depois de os agricultores franceses se terem queixado de que as regulações sobre os pesticidas em França eram mais apertadas do que nos países vizinhos. 

Além disso, o líder do governo gaulês anunciou, com efeito imediato, a proibição de importação de fruta e vegetais produzidos fora da União Europeia e que tenham sido tratados com tiaclopride, um inseticida atualmente proibido no bloco europeu.

A França vai propor a criação de uma "força de controlo europeia" para combater a fraude nas regulações sanitárias e impedir  a importação de produtos alimentares que desrespeitem os padrões europeus e franceses. 

O executivo francês reiterou a oposição à assinatura de um acordo de comércio livre com o Mercosur. "Está fora de questão a França aceitar este tratado", sublinhou Attal.

Foi igualmente anunciado um apoio de 150 milhões de euros aos produtores de gado, além de uma redução fiscal sobre as explorações que passam das gerações antigas para as mais jovens. 

Já o ministro da Agricultura, Marc Fesneau, anunciou uma linha de crédito de dois mil milhões de euros para quem estiver a iniciar a atividade como agricultor.

Será ainda duplicado o número de fiscalizações aos grupos industriais alimentares e às redes de supermercados que não cumpram a lei de 2018, que exige o pagamento de um preço justo aos fornecedores. O incumprimento vale uma multa que pode ir até 2% do valor das vendas.

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