Quase 300 corpos encontrados em vala comum junto a hospital de Khan Younis

Uma mulher olha entre os corpos encontrados numa vala comum em Khan Younis
Uma mulher olha entre os corpos encontrados numa vala comum em Khan Younis Direitos de autor Screenshot from AP video 4490160
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De  Euronews com AP, EBU
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Artigo publicado originalmente em inglês

O chefe da política externa da UE, Josep Borrell, afirma que não se registaram progressos na obtenção de um acordo de cessar-fogo em Gaza e que a situação humanitária no enclave continua a ser uma "catástrofe".

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Uma vala comum com 283 corpos foi descoberta nas imediações de um hospital na cidade de Khan Younis, anunciou na segunda-feira a Proteção Civil de Gaza. As forças israelitas retiraram-se da cidade, no sul da Faixa de Gaza, no início do mês de abril.

Segundo o coronel Yamen Abu Suleiman, diretor da Proteção Civil em Khan Younis, alguns dos corpos foram encontrados com mãos e pés atados "e há sinais de execuções", disse à CNN. "Não sabemos se foram enterrados vivos ou executados. A maioria dos corpos estão em decomposição".

Segundo a imprensa no local, os habitantes de Khan Younis tinham ali enterrado, de forma temporária, os familiares que foram mortos nos ataques durante o cerco das Forças de Defesa de Israel ao hospital Nasser, em janeiro. 

Quando regressaram, após a retirada israelita, descobriram que os corpos teriam sido exumados, para que as forças israelitas pudessem realizar testes de ADN e verificar se algum dos mortos seria um dos reféns levados pelo Hamas a 7 de outubro do ano passado. Os cadáveres foram depois enterrados nesta vala comum.

Após a retirada israelita de Khan Younis, os residentes regressaram para tentarem localizar os corpos dos familiares ou procurarem desaparecidos. "Venho aqui pelo quinto dia à procurado do corpo do meu filho Jamal. Disseram-nos que havia aqui uma vala comum e todos os dias venho aqui para identificar o corpo mas, infelizmente, não encontrei o meu filho", disse à AP Raeda Abu al-Ola.

A área em torno do hospital Nasser foi fortemente bombardeada por Israel em janeiro e fevereiro.

Negociações para cessar-fogo sem progressos

O chefe da diplomacia europeia, Josepp Borrell, admitiu entretanto que não há progressos nas negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

No Luxemburgo, onde esteve segunda-feira para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE, Borrell revelou que "não há perspetivas de um cessar-fogo e não há um real atenuar da catástrofe humanitária", acrescentando que também não foram feitos progressos no sentido da libertação dos reféns israelitas em Gaza.

Na semana passada, o Hamas rejeitou uma proposta de cessar-fogo de Israel, frisando que as suas exigências principais - a retirada das forças israelitas de Gaza e o regresso dos residentes deslocados às suas habitações - não estavam a ser observadas na proposta de Telavive.

O governo israelita, por seu lado, realça que a prioridade é a libertação dos reféns ainda detidos em Gaza pelo Hamas.

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