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Israel rejeita cessar-fogo aceite pelo Hamas e ataca Rafah mas negociações seguem no Egito

Fumo após taque aéreo israelita na zona leste de Rafah, na Faixa de Gaza, segunda-feira, 6 de maio de 2024.
Fumo após taque aéreo israelita na zona leste de Rafah, na Faixa de Gaza, segunda-feira, 6 de maio de 2024. Direitos de autor Ismael Abu Dayyah/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Ismael Abu Dayyah/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
De  Euronews
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Primeiro-ministro israelita diz que proposta de cessar-fogo aceite pelo Hamas está longe de cumprir as exigências do governo mas enviou delegação para o Cairo encarregada de prosseguir as conversações. Israel atacou Rafah durante a última noite e já controla lado palestiniano da passagem de Rafah.

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Israel rejeitou a proposta de cessar-fogo apresentada pelo Egito e pelo Catar ao Hamas, e que foi aceite pelo grupo palestiniano. 

O primeiro-ministro israelita, Bejamin Netanyahu, diz que o plano "está longe das exigências básicas" de Israel, tendo, ainda assim, enviado uma delegação para o Cairo no sentido de prosseguir as negociações com os mediadores egípcios e cataris.

"Apesar de a proposta do Hamas estar longe das exigências básicas de Israel, Israel enviará uma delegação de mediadores para esgotar a possibilidade de chegar a um acordo em condições aceitáveis para Israel", afirmou Netanyahu.

O gabinete de guerra de Israel fez saber que iria prosseguir com a operação em Rafah para "exercer pressão militar sobre o Hamas, a fim de avançar com a libertação dos reféns e outros objetivos da guerra". 

Israel controla lado palestiniano da passagem de Rafah

Segundo a Al-Jazeera, pelo menos 12 pessoas foram mortas em ataques israelitas a Rafah durante a noite. 

Poucas depois de o Hamas ter aceitado a proposta de cessar-fogo, Israel lançou o que designou por "ataques seletivos" contra as posições do grupo palestiniano em Rafah.

Um responsável de segurança palestiniano e um oficial egípcio disseram à agência noticiosa Associated Press (AP) que os tanques israelitas entraram em Rafah, chegando a estar a 200 metros do posto fronteiriço de Rafah com o vizinho Egito.

O funcionário egípcio disse à AP que a operação parecia ter um âmbito limitado, acrescentando que as autoridades israelitas informaram o Egito de que as suas forças se retirariam após a conclusão da operação.

De acordo com o Times of Israel, o exército israelita confirmou já esta terça-feira que a 401.ª Brigada Blindada tomou controlo do lado palestiniano da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

Segundo a AP, imagens divulgadas pelos meios de comunicação israelitas mostram a bandeira de Israel no lado de Gaza.

O Times of Israel avança que, durante a ofensiva noturna, cerca de 20 homens armados foram mortos e, segundo as Forças de Defesa de Israel, foram localizados três túneis "importantes".

Os militares adiantam que, ainda durante esta operação, um carro carregado de explosivos que se dirigia a um tanque das tropas israelitas  foi atingido e destruído. 

Mais de 50 locais do Hamas em Rafah foram atingidos pela Força Aérea israelita durante a noite, de acordo com os militares. Um responsável israelita realçou ainda que a maioria das pessoas que se encontravam naquela zona já tinham saído.

Wael Abu Omar, porta-voz da autoridade palestiniana de fronteiras, informou que a passagem de Rafah, a principal entrada de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, está fora de serviço.

"Toda a área leste [de Rafah] tornou-se um teatro de operações desde ontem. Os bombardeamentos não pararam", disse o porta-voz, admitindo que as equipas tinham abandonado as instalações devido aos bombardeamentos.

Antes do avanço terrestre, os militares israelitas já tinham lançado ataques aéreos em Rafah, na fronteira com o Egipto, depois de terem avisado os palestinianos para abandonarem a zona oriental da cidade.

Acredita-se que dezenas de milhares de residentes tenham sido afetados pela operação e muitos foram vistos a sair da zona em veículos ou carroças puxadas por animais na segunda-feira.

Há muito que Israel ameaça uma ofensiva terrestre contra os redutos do Hamas na cidade de Rafah, onde estão refugiados 1,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza.

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Plano de tréguas aceite pelo Hamas

Responsáveis do Hamas mostraram à Al Jazeera uma cópia da proposta de cessar-fogo egípcio-catari que o movimento palestiniano aceitou.

A proposta inclui três fases, cada uma com uma duração de 42 dias, e prevê o fim da guerra de Israel em Gaza, bem como a libertação dos prisioneiros israelitas detidos no enclave e dos palestinianos detidos nas prisões israelitas.

Este plano contempla a libertação de todos os prisioneiros israelitas na Faixa de Gaza, civis ou militares, vivos ou não, de todos os períodos, em troca de um certo número de prisioneiros detidos por Israel.

Está igualmene previsto o regresso a uma calma sustentável que conduza a um cessar-fogo permanente e à retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza, à sua reconstrução, num período de três a cinco anos, e ao levantamento do cerco.

Israel não especificou as partes desta proposta com as quais não concorda.

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"As ordens de evacuação para Rafah Oriental só irão agravar o sofrimento dos civis. Estão a ser instruídos para se deslocarem para Al-Masry, que já está sobrelotada e carece de segurança e de serviços humanitários essenciais", declarou Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU.

"Uma evacuação em massa a esta escala é impossível de efetuar em segurança", concluiu.

Na segunda-feira, o Hamas emitiu um comunicado em que afirmava que o seu líder político, Ismail Haniyeh, tinha informado o primeiro-ministro do Catar e o chefe dos serviços secretos do Egito da sua "aprovação da proposta relativa a um acordo de cessar-fogo".

A notícia de que o Hamas tinha aceite a proposta foi recebida com euforia nas ruas de Rafah pela população de Gaza, cansada da guerra.

"Francamente, não acreditámos nas notícias. A alegria não é natural. Não sei como descrever o meu sentimento. É uma alegria extraordinária", confessou Mostafa Eliyan, deslocado da cidade de Gaza.

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A população israleita, por sua vez, mantém a pressão sobre o governo de Netanyahu para que traga de volta os reféns israelitas de Gaza.

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