UE aposta no hidrogénio verde para reduzir as emissões de CO2 da indústria pesada

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De  Andrea Bolitho
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O hidrogénio verde poderá ser um aliado importante da descarbonização da industria se for possível produzi-lo de forma limpa e barata.

O hidrogénio verde é visto como uma parte importante do puzzle da descarbonização da indústria pesada na Europa.

A UE quer produzir 10 milhões de toneladas de hidrogénio renovável e importar ais 10 milhões de toneladas até 2030. Por enquanto, a produção de hidrogénio renovável na Europa é de apenas 20 000 toneladas de acordo com os dados de 2022.

O aumento da produção é um desafio

"É preciso melhorar a tecnologia, para que possa ser implementada de forma massiva, precisamos de uma regulamentação clara, de um processo de licenciamento claro, e de acesso à rede", disse Carlos Fúnez Guerra, responsável do desenvolvimento de hidrogénio verde da Iberdrola.

"Fornecemos o hidrogénio ao fornecedor Fertiberia, uma empresa de fertilizantes, que utiliza o hidrogénio para produzir amoníaco e, depois, com esse amoníaco produz fertilizantes. Hoje, com o nosso hidrogénio, eles podem descarbonizar 10% da produção de amoníaco", frisou o responsável.

"A grande questão é o dinheiro"

A Comissão Europeia implementou um quadro regulamentar para o hidrogénio renovável. Os investimentos previstos rondam os 22 mil milhões de euros

"A grande questão é o dinheiro e os fundos. Temos o Fundo de Inovação, temos o grande Banco de Hidrogénio que fechou o primeiro leilão há algumas semanas, com 800 milhões de euros. Estimamos que cerca de 600MW vão ser financiados, mas para atingir os objetivos e os níveis fixados pela UE precisamos de muito mais financiamento", disse Blandine Malvault, conselheira para a regulamentação da UE da Iberdrola.

Os setores considerados difíceis em termos de redução de CO2 incluem os transportes, os fertilizantes e a indústria pesada. Só o aço produz cerca de sete por cento das emissões de CO2 a nível mundial.

Hidrogénio verde em vez de fornos a carvão

O consórcio sueco Hybrit começou a produzir aço a partir de hidrogénio verde para remover o oxigénio do minério de ferro, em vez de usar fornos a carvão.

"Se tivermos energia livre de fósseis, o hidrogénio pode ser produzido apenas com água e eletricidade livre de fósseis, sem emissões de dióxido de carbono", expicou Susanne Eriksson Rostmark, investigadora da empresa LKAB que integra o consórcio sueco Hybrit.

"O hidrogénio verde é mais caro do que o hidrogénio produzido a partir de combustíveis fósseis, mas a indústria espera que esta diferença diminua com a descida dos preços das energias renováveis", considerou Susanne Eriksson Rostmark.

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