Diretor-Executivo da Boeing deixa empresa no final do ano

Interior de um avião da Boeing
Interior de um avião da Boeing Direitos de autor Lindsey Wasson/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
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Dave Calhoun não resiste à maior crise de segurança para a Boeing desde os acidentes de dois dos seus Max 8 em 2018 e 2019.

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Dave Calhoun deixará o cargo de Diretor-Executivo da Boeing no final deste ano. O gestor ficou fragilizado depois de um dos novos aviões do fabricante norte-americano, o Max 737 9 da Alaska Airlines, ter sido forçado a aterrar de emergência em janeiro por ter perdido o painel de uma porta em pleno voo. Os investigadores dizem que faltavam parafusos.

O incidente, que levou as autoridades federais norte-americanas a ordenarem a paragem de 171 aviões Max 9 durante várias semanas, criou a maior crise de segurança para a Boeing desde os acidentes de dois dos seus jatos Max 737 8 em 2018 e 2019, nos quais morreram 346 pessoas. 

As tragédias tinham levado à demissão de Dennis Muilenburg, que foi substituído no cargo por Calhoun em janeiro de 2020.

No mês passado, a Administração Federal da Aviação ordenou no mês passado uma auditoria às linhas de montagem de uma fábrica da Boeing perto de Seattle. 

O próprio regulador norte-americano já efectuou uma auditoria de seis semanas à linha de produção da Boeing, que detectou várias falhas. O Departamento de Justiça dos EUA está a conduzir a sua própria investigação sobre o incidente de janeiro no voo da Alaska Airlines. 

O presidente da Boeing, Larry Kellner, já anunciou que não se vai recandidatar ao cargo. Stan Deal, que liderava a atividade de aviões comerciais da Boeing, deixou a função com efeitos imediatos. 

Segurança deve ser a prioridade

Justin Green, advogado da Kreindler & Kreindler que representa 34 famílias que perderam entes queridos no voo 302 da Etiópia, que se despenhou em 2019, afirmou que a saída de Calhoun foi "positiva", mas "bastante tardia".

"O próximo CEO deve saber que seu papel será dar prioridade à segurança, não apenas ao lucro", salientou Green. "Durante muito tempo, a Boeing tem evitado a responsabilidade pública e essas mudanças de liderança abrem uma janela de oportunidade para a empresa fazer isso.".

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