O local rochoso onde as faces antigas foram descobertas é chamado de Ponto das Lajes. Fica na margem norte do Amazonas, perto da junção dos rios Negro e Solimões, nos arredores da cidade de Manaus.
A grave seca no Brasil fez com que o nível dos rios baixasse, revelando gravuras rupestres de rostos humanos feitas há cerca de 2.000 anos.
Trata-se de uma descoberta que não deixa de suscitar sentimentos contraditórios nos observadores.
As alterações climáticas e o El Niño fizeram com que o nível do rio Amazonas, no norte do Brasil, descesse para mínimos históricos, isolando algumas comunidades e matando a vida selvagem.
O ponto rochoso onde as faces antigas foram descobertas é chamado de Ponto das Lajes. Fica na margem norte do Amazonas, perto da junção dos rios Negro e Solimões, perto da cidade de Manaus.
Algumas das gravuras, que também incluem animais, ficaram visíveis em 2010. Mas a seca deste ano é mais aguda, com o Rio Negro a descer 15 metros desde julho, expondo vastas extensões de rochas e areia onde não havia praias.
Na semana passada, o rio Negro desceu até 13,5 metros no porto de Manaus - o nível mais baixo desde que os registos oficiais começaram há 121 anos.
O que sabemos sobre as rochas do Brasil?
Há agora uma maior variedade de petróglifos visíveis que ajudarão os pesquisadores a estabelecer suas origens, disse o arqueólogo Jaime de Santana Oliveira na segunda-feira.
Uma das áreas mostra sulcos suaves na rocha que se pensa serem os locais onde os indígenas afiavam as suas flechas e lanças muito antes da chegada dos europeus.
"As gravuras são pré-históricas, ou pré-coloniais. Não podemos datá-las com exatidão, mas com base nos indícios de ocupação humana da área, acreditamos que tenham cerca de 1000 a 2000 anos", disse Oliveira, que trabalha para o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que supervisiona a preservação de sítios históricos.
Ao lado do rio com o maior caudal do mundo, pessoas fazem fila à espera de água
A seca na Amazónia aumenta, e os habitantes do Brasil precisam de ajuda.
As autoridades públicas estão a esforçar-se para levar comida e água a milhares de comunidades isoladas num território vasto e sem estradas, onde os barcos são o único meio de transporte.
Em todo o estado do Amazonas, 59 dos 62 municípios estão em estado de emergência.
Uma das cidades mais afetadas é Careiro da Várzea, perto de Manaus. Na terça-feira, a prefeitura distribuiu kits de emergência utilizando uma barcaça improvisada, originalmente projetada para transportar gado.
Os moradores tiveram que caminhar longas distâncias através de antigos leitos de rios transformados em intermináveis bancos de areia e lama para chegar à barcaça. Receberam um pacote de alimentos básicos e 20 litros de água - o suficiente para apenas alguns dias, mas um fardo pesado para carregar sob o calor abrasador.