Maratona de negociações no último dia da COP28. Projeto de acordo é "uma desilusão"

Último dia da COP28 sem acordo alcançado
Último dia da COP28 sem acordo alcançado Direitos de autor Rafiq Maqbool/AP
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Projeto de acordo da COP28, no último dia da cimeira, não convence e tem sido criticado pelos Estados Unidos e UE, por não referir sequer o abrandamento da utilização dos combustíveis fósseis.

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Na véspera do último dia da COP28, antes de as negociações se prolongarem pela noite fora, não parecia haver ninguém satisfeito com o projeto de acordo alcançado: Estados Unidos e União Europeia pressionaram para que o texto final mencionasse a desaceleração do uso de combustíveis fósseis, mas o projeto apresentado pela presidência da COP28, chefiada pelo sultão Al Jaber, CEO da companhia estatal de petróleo dos Emirados Arabes Unidos, incluiu apenas uma lista das ações que os países "podem" realizar.

"Não temos alternativa senão continuar as negociações e assegurar que conseguimos manter viva a meta dos 1,5 graus", disse À AP Wopke Hoekstra, comissário europeu para a Ação Climática.

Já a ministra francesa para a Transição Energética foi mais dura: "O texto é insuficiente. Há elementos que não são aceitáveis tal como estão. É uma desilusão", afirmou Agnès Pannier-Runacher. Igualmente crítica foi a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock: "A necessidade de substituir com urgência e reduzir a utilização de combustíveis fósseis no sector da energia nesta década crítica é completamente ignorada. A linguagem sobre o carvão contradiz as políticas de energia da União Europeia e permite novas centrais alimentadas a carvão", lamentou a governante alemã.

As negociações finais da COP28, que deverá terminar esta terça-feira, seguiram sem interrupção durante a noite, em torno do compromisso proposto pelo presidente dos Emirados, que foi largamente rejeitado pela maioria dos países pela falta de ambição no abandono dos combustíveis fósseis. As vozes mais críticas garantem que o projeto de acordo até agora alcançado "nem sequer se aproxima" do que é necessário para combater  o aquecimento global.

Na segunda-feira, as delegações de vários países reuniram-se à porta fechada e criticaram, segundo fontes citadas pelas agências internacionais, as posições contraditórias do presidente da COP28, que frequentemente se refere à meta de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 graus como a sua "estrela do norte", considerando que a "estrela" não está nas propostas de Al Jaber.

Os representantes de algumas ilhas no oceano Pacífico, ameaçadas pelas alterações climáticas, consideraram mesmo que o projeto de acordo pode significar uma "setença de morte" para aqueles territórios.

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