Brexit e imigrantes dominam agenda de Salzburgo

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De  Joao Duarte FerreiraDamon Embling
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É a primeira oporutnidade da PM britânica apresentar o chamado plano Chequers

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Os líderes europeus reúnem-se na capital austríaca, Salzburgo, a partir desta quarta-feira, para uma cimeira informal.

O objetivo é discutir várias questões que estão a dar dores de cabeça a Bruxelas.

A primeira-ministra britânica Theresa May vai estar presente pois ainda não existe consenso quanto aos termos do divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia.

Para além do Brexit, a questão dos migrantes vai estar igualmente em debate. O governo italiano continua a pressionar Bruxelas nesta questão política sensível.

Para a PM britânica, trata-se da primeira oportunidade dos líderes europeus debaterem as propostas desde a apresentação do chamado plano Chequers.

O desafio de Theresa May é convencer os líderes europeus em pontos sensíveis como é o caso da fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte como explica Maria Demertzis, vice-diretora do centro Bruegel.

"Seria importante chegar a um acordo claro enste encontro. Estamos muito perto do limite. Gostaria de ver progresso concretos na questão irlandesa. Se for possível resolver isso, outros progressos se seguirão".

Numa carta enviada aos líderes presentes em Salzburgo, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, confirmou que em novembro poderá ter lugar uma cimeira extraordinária.

"Vamos debater como organizar a fase final das conversações do Brexit incluindo a possibilidade de efetuar outro Conselho Europeu em novembro. Infelizmente, um cenário de ausência de acordo é possível. mas se todos agirmos de forma responsável, podemos evitar uma catástrofe" afirma Tusk.

Quanto aos migrantes, os líderes europeus vão debater os planos de reforço da Frontex, a polícia fronteiriça da União Europeia.

Os líderes checo e eslovaco criticam o plano afirmando que preferem obter fundos para protegerem as suas próprias fronteiras.

Itália, por seu lado, exige concessões por parte de Bruxelas.

"Não espero grandes progressos em Salzburgo porque os estados-membros permanecem muito divididos e alguns partidos políticos estão a aumentar as bases de apoio devido à crise dos migrantes, por isso não lhes convém resolverem as questões", diz Francesco Guarascio, correspondente para a agência Reuters em Bruxelas.

No mês passado, a Itália ameaçou suspender os pagamentos a Bruxelas caso a Comissão Europeia não interferisse no sentido de obrigar outros países a partilharem os migrantes a bordo da embarcação Diciotti.

As divisões agravam-se a menos de um ano de eleições europeias.

"Chegámos a um cruzamento. As eleições não vão altera r o panorama político completamente mas o problema não vai desaparecer e terá que ser resolvido a dada altura" acrescenta o correspondente da Reuters.

Este o pano de fundo para o encontro de Salzburgo que ocorre numa altura em que se agrava a turbulência política a nível europeu.

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