Exposição sobre agressão sexual com roupas de sobreviventes

As sobreviventes de violência sexual que desejem colaborar podem enviar, anonimamente, descrições das roupas que usavam
As sobreviventes de violência sexual que desejem colaborar podem enviar, anonimamente, descrições das roupas que usavam Direitos de autor Euronews/ Elly Laliberte
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De  Greta Ruffino
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"What Were You Wearing?" (O que é que vestias?) está patente no Parlamento regional de Bruxelas e tem por objetivo sensibilizar para a violência sexual.

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Mais de 100 peças de roupa usadas por sobreviventes de violência sexual, incluindo fraldas e batas de hospital, fazem parte da iniciativa Spotlight, liderada pelas Nações Unidas, que criou o projeto.

Para Nahla Valji, diretora da Spotlight, esta mostra prova que "não importa o que uma mulher vestiu", e o grau de prevalência deste tipo de violência na sociedade.

"Há forte reação emocional a estas roupas, até porque mostramos uma fralda,  roupas de criança, batas de hospital, trajes do quotidiano, que demonstram realmente que este é um crime de violência e brutalidade que precisa de ser abordado", acrescentou.

O nome, explicou Nahla Valji, é uma referência a "uma pergunta que é feita a demasiados sobreviventes quando vão à polícia denunciar o seu crime ou quando o denunciam aos seus amigos e familiares".

As sobreviventes de violência sexual que desejem colaborar podem enviar, anonimamente, descrições das roupas que usavam e fazer parte desta exposição itinerante.

Quando há vontade política, apoiada por financiamento, pode ter-se uma abordagem abrangente que realmente pode acabar com a violência baseada no género.
Nahla Valji
Diretora da Spotlight

Esta exposição foi organizada pela primeira vez, há um ano, na sede da ONU, em Nova Iorque (EUA) e chega a Bruxelas porque a União Europeia doou 500 milhões de euros para a iniciativa.

Valji refere que a Spotlight tem programas em 25 países do mundo e que quer expandir-se: "A nossa abordagem visa incluir toda a sociedade, governos em muitos destes países e tem sido apreciada ao mais alto nível, por chefes de Estado. Por isso, quando há vontade política, apoiada por financiamento, pode ter-se uma abordagem abrangente que realmente pode acabar com a violência baseada no género".

A Spotlight leva a cabo sensibilização para mudar leis e fazer reformas institucionais, com ênfase  num trabalho de nível comunitário, em cooperação com organizações de defesa dos direitos das mulheres.

A iniciativa tem como meta, até 2025, salvar a vida de duas mulheres e raparigas por dia, bem como  prevenir a violência contra 21 milhões de mulheres e raparigas.

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