Cedendo à pressão da indústria automóvel, os Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram, segunda-feira, em Bruxelas, uma posição moderada sobre a Euro7. A norma define as emissões poluentes para automóveis, carrinhas, autocarros e camiões, e visa melhorar a qualidade do ar.
Reunidos no Conselho da UE sobre Competitividade, segunda-feira, os ministros decidiram manter os limites de emissões para veículos particulares de passageiros e carrinhas.
Países com uma grande indústria automóvel, tais como a Chéquia, a França e a Itália, pressionaram os homólogos nesse sentido.
"Penso que se está a ir numa boa direção. Como já disse, nós, como um dos líderes do grupo com esta posição, estamos conscientes da importância da indústria automóvel, não só para a economia europeia, mas também para a indústria checa. Representa 10 % do PIB total, mais de 20 % do total das exportações. Por isso, temos de estar conscientes do seu impacto", disse Jozef Sílea, ministro da Indústria e do Comércio da Chéquia.
A decisão do Conselho da UE contradiz a proposta da Comissão Europeia de reduzir significativamente as emissões de gases poluentes na norma que substituirá a existente Euro6. Os governos dos Estados-membros alegou que é preciso um equilíbrio entre "os custos de investimento das marcas" e os "benefícios ambientais decorrentes do regulamento".
Oportunidade perdida?
Um argumento rejeitado pelos ambientalistas, tais como Anna Krajinska, membro da Federação Europeia dos Transportes e Ambiente: "Infelizmente, a posição do Conselho da UE é extremamente dececionante no que diz respeito às normas. A Euro7 era uma oportunidade para reduzir as 70 mil mortes causadas pelo transporte rodoviário todos os anos", explicou à euronews, referindo-se a mortes ligadas à poluição do ar.
"Infelizmente, no caso dos automóveis, o Conselho da UE não está a melhorar os limites em relação à norma Euro6. Basicamente, isto significa que vamos ter os mesmos carros, apenas disfarçados com a norma euro7 ", acrescentou.
Só no caso dos autocarros e veículos comerciais pesados é que os limites de emissão serão ligeiramente inferiores aos existentes, segundo esta proposta.
Os governos da UE terão de negociar a sua posição com a do Parlamento Europeu. As norma Euro 7 deveria entrar em vigor em 2025, segundo a proposta da Comissão Europeia.