O setor dos diamantes na cidade belga de Antuérpia, um dos mais importantes do mundo, começa a preparar-se para aplicar as sanções contra os diamantes russos.
As sanções foram decididas por consenso entre a União Europeia (UE) e o G7 (grupo que junta as sete maiores economias do mundo) e serão aplicadas a partir de 1 de janeiro. A Rússia é o maior exportador de diamantes brutos a nível mundial, com 30% da produção total em volume.
Mas determinar a proveniência de diamantes não é fácil, alertam os especialistas: "Este será um novo sistema de cadeia de blocos, no qual a transformação do diamante é totalmente registada e em que se pode acompanhar tudo o que se passa com os diamantes", disse, à euronews, Koen Vandenbempt, professor na Universidade de Antuérpia.
Todos os diamantes que forem vendidos num dos países que impõem as sanções terão de ser certificados em Antuérpia. Graças a este sistema, a cidade belga poderá manter um importante papel na monitorização do produto de luxo e na aplicação das sanções.
"Antuérpia foi sempre o mais importante centro de comércio de diamantes. Estávamos a perder isso. Com o sistema atual, que considero ser muito bom, os fluxos voltarão para a União Europeia e isso terá um impacto", acrescentou o académico.
Cerca de 70% dos diamantes produzidos a nível mundial são adquiridos pelos países da UE e do G7. Assim, espera-se que as sanções tenham um forte impacto no corte de receitas russas, que rondam quatro a cinco mil milhoes de euros, por ano, sobretudo via empresa Alrosa.