Aprovar o mecanismo de apoio financeiro para a Ucrânia, que deverá vigorar de 2024 a 2027, é uma das prioridades da presidência semestral da União Europeia (UE) a cargo da Bélgica, no primeiro semestre, disse a chefe da diplomacia, Hadja Lahbib, em entrevista à euronews.
"Não assumimos uma presidência europeia e dizemos que não vamos ser bem sucedidos. Claro que vamos lá chegar. E a Bélgica é conhecida por construir pontes, por ouvir as diferentes vozes e por conseguir moderar-se e chegar a acordos", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros, que está confiante num consenso, apesar do veto da Hungria, na cimeira da UE, em dezembro, ao pacote de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia.
A Hungria insiste que o apoio deve ser dividido em quatro partes, com uma revisão anual, o que permitiria recorrer ao veto em cada ronda.
O governo de Viktor Orbán tem usado a Ucrânia como moeda de troca para obter o descongelamento de fundos europeus pela Comissão Europeia, que os reteve por causa de medidas autocráticas que colocam em causa o Estado de direito naquele Estado-membro.
Travar escalada no Médio Oriente
Ainda na frente diplomática, a presidência belga quer ajudar a travar a escalada do conflito entre Israel e o Hamas, em Gaza, a outros países do Médio Oriente, tais como Líbano e Irão. Um desafio complexo face a desunião no bloco sobre um eventual cessar-fogo.
"Queremos, absolutamente, evitar uma escalada regional. As vozes do povo israelita e do povo palestiniano vão nessa direção. Portanto, é óbvio que estamos horrorizados com o que está a acontecer hoje no Médio Oriente. A Bélgica tinha feito do relançamento das negociações de paz no Médio Oriente uma das suas prioridades, muito antes do que aconteceu a 7 de outubro", afirmou Hadja Lahbib.
A presidência belga tem, ainda, que fechar com o Parlamento Europeu, quase uma centena e meia de dossiês legislativos antes da paragem dos trabalhos das comissões, em abril, por causa da campanha para as eleições europeias.