Comissão Europeia propõe redução das emissões poluentes em 90% até 2040

A Comissão Europeia quer reduzir as emissões de CO2 em 90% até 2040
A Comissão Europeia quer reduzir as emissões de CO2 em 90% até 2040 Direitos de autor Petr David Josek/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
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De  Gregoire LoryIsabel Marques da Silva (Trad.)
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Artigo publicado originalmente em francês

A Comissão Europeia propôs, terça-feira, um aumento dos esforços para reduzir as emissões de CO2 e de outros gases poluentes que causam efeito de estufa, agravando as alterações climáticas. A meta de 2040 é a próxima fase para atingir a neutralidade destas emissões até meados do século.

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O executivo comunitário recomenda uma redução de 90% das emissões de gases poluentes tais como o CO2 (dióxido de carbono), entre outros, que causam o efeito de estufa até 2040. É uma meta ambiciosa face aos 55% previstos para 2030.  

O desafioconsiste em convencer tanto a indústria como o público em geral a prosseguir os seus esforços para proteger o clima.

"Temos de nos apoiar mais firmemente em duas pernas: um clima seguro e saudável para todos e uma economia forte e resistente, com um futuro brilhante para as empresas e uma transição justa para todos", afirma Wopke Hoekstra, comissário europeu para a Ação Climática.

Para além do objetivo geral, o que é talvez mais importante nesta estratégia são os elementos em falta. A Comissão Europeia não fixou uma data para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Para a organização não-governamental ambientalista Greenpeace, esta é uma lacuna com consequências de grande alcance.

"Faz tanto sentido como um objetivo de prevenção do cancro do pulmão sem qualquer plano para acabar com o tabagismo", afirma Silvia Pastorelli, da Greenpeace.

"A ausência de um plano de eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, e mesmo de subsídios, não só atrasa a ação climática de que necessitamos urgentemente, como acaba por prejudicar ainda mais as pessoas", acrescenta.

Recomendações por setor

Outra omissão: a agricultura. Face ao protestos dos produtores e criadores de gado que criticam as normas ambientalistas demasiado rigorosas, a Comissão Eruropeia absteve-se de fixar um objetivo para o setor, que é um dos maiores contribuientes para estas emissões. Nos projetos anteriores, a Comissão previa uma redução de 30% das emissões para p setor, objetivo que desapareceu nesta proposta.

Para já, o executivo comunitário estabelece orientações gerais para prosseguir a transição. Para as empresas, defende que se associem a um pacto de descarbonização, que deve basear-se nos atuais pontos fortes da indústria da UE e reforçar a produção no continente.

O setor da energia deve ser totalmente descarbonizado pouco depois de 2040, através de soluções de baixa emissões de C02 ou de emissões zero, nomeadamente usando as energias de fontes renováveis (água, sol, vento, etc), o armazenamento de CO2 e a eficiência energética. A recomendação do Executivo inclui também a utilização da energia nuclear.

No setor dos transportes, a recomendação é combinar soluções tecnológicas com a fixação de um preço do carbono.

Para os cidadãos, a proposta tem em conta a necessidade de fazer uma transição mais justa e com mais políticas de apoio social para fazer face aos impactos negativos no custo de vida.

No entanto, esta é apenas uma recomendação e não tem força legislativa. Caberá à próxima Comissão Europeia, depois das eleições europeias de junho, transformar esta indicação numa realidade política.

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