O Parlamento Europeu adotou, quinta-feira, uma resolução que apela ao aumento de medidas para evitar interferências da Rússia nos processos democráticos da União Europeia (UE).
Desde a invasão em larga escala da Ucrânia, o Kremlin tenta reforçar a rede de pessoas e de organizações nos países da UE que mantêm simpatia pela Rússia e atuam de forma infiltrada ou dissimulada.
"A Rússia está a recuperar. O Kremlin está a recuperar e a tentar reorganizar os seus representantes em diferentes áreas. Quando esta guerra em grande escala começou, vimos que esses representantes estavam silenciosos. Agora são muito mais corajosos para falar, para serem francos", disseRasa Juknevičienė, eurodeputada lituana do centro-direita, em entrevista à euronews.
Os eurodeputados estão preocupados com as recentes revelações na imprensa de que uma colega terá alegadamente partilhado informações com o FSB, o serviço russo de informações secretas.
Tatjana Zdanoka, eleita pela Letónia, tem assento no grupo dos independentes, e negou, na terça-feira, ser colaboradora do regime russo.
"Dizem que Tatjana Zdanoka é uma agente. Sim, sou uma agente pela paz, pela Europa sem fascismo, pelos direitos das minorias. Sou uma agente pela Europa unida de Lisboa aos Urais", disse, na sessão plenária.
O Parlamento Europeu abriu uma investigação sobre o caso e Vlad Gheorghe, um eurodeputado liberal romeno, propõe agravar a penalização de casos provados deste tipo de conduta.
"A minha iniciativa diz que se alguém no Parlamento Europeu trabalha obviamente para e com Putin, isso significa que não deve ter a oportunidade de falar nesta casa, porque a sua voz é a voz da propaganda", explicou Vlad Gheorghe.
A eurodeputada Tatjana Zdanoka tem sido vista como uma agente de influência russa desde que entrou na política, no final da década de 1980, e as autoridades da Letónia decidiram que não poderá candidatar-se às eleições europeias de junho.