O movimento de oposição ao presidente russo, Vladimir Putin, está determinado a continuar a sua luta, após a morte na prisão de Alexei Navalny. Três das suas figuras mais proeminentes foram convidadas pelo Parlamento Europeu e estiveram, quinta-feira, em Bruxelas, para deixar alguns apelos.
"Estamos prontos para continuar a fazer o que fazemos? Não vamos parar! Seria a vitória de Putin se interrompermos a nossa atividade por questões de segurança pessoal. Portanto, não lhe vamos entregar essa vitória", disse Vladimir Milov, vice-presidente da Fundação Rússia Livre e ex vice-ministro da Energia da Rússia.
Embora as sanções da União Europeia (UE) contra setores económicos da Rússia sejam consideráveis, o opositor defende mais sanções contra indivíduos, nomedamente as mais poderosos junto do presidente Putin.
“Precisamos de enviar uma mensagem de responsabilidade a todos os cúmplices dos crimes de Putin. E penso que este é o momento de responder ao apelo de Navalny e introduzir sanções abrangentes contra todos os indivíduos envolvidos nos crimes do regime de Putin", acrecsentou.
"Criminoso procurado pela justiça"
Outro pedido que fizeram à UE é o não reconhecimento do resultado das eleições presidenciais russas, que decorrerão de 15 a 17 de março.
Os opositores alertam que as alterações feitas à Constituição, em 2020, estão a eternizar Putin no poder e a consolidar o seu regime autocrático.
"É preciso unidade para enfrentar Putin e chamá-lo pelo que ele é: um criminoso procurado pelo TPI, não um parceiro legítimo na cena internacional. Vladimir Putin é um usurpador, um assassino, um ladrão e um assassino em massa, face a todos os crimes de guerra cometidos na Ucrânia. Por isso ele tem de ser levado à justiça", afirmou Evgenia Kara-Murza, diretora de advocacia da mesma fundação.
Esta dissidente é esposa de Vladimir Kara-Murza, um preso político, detido em 2022, a cumprir 25 anos de prisao. Mais uma situção com contornos semelhantes à de Alexei Navalny.
“Depois de duas tentativas de assassinato contra o meu marido, não tenho nenhuma e nunca tive qualquer garantia de que eles não tentariam novamente. Tal como Alexei, ele está detido pelas mesmas pessoas que tentaram matá-lo duas vezes", explicou.
A viúva de Aleksei Navalny, Yulia Navalnaya, vai fazer um discurso a 28 de março, durante a sessao plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.