Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Atualização dos escalões de IRS, novo IRS jovem e redução de IRC: as linhas gerais do OE2025

O ministro das Finanças Joaquim Miranda Sarmento
O ministro das Finanças Joaquim Miranda Sarmento Direitos de autor  Página do Governo
Direitos de autor Página do Governo
De Joana Mourão Carvalho
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

Governo da Aliança Democrática (PSD/CDS) apresentou esta tarde a proposta de Orçamento do Estado para 2025, com atualização dos escalões de IRS, novo IRS Jovem e redução do IRC. Ministro das Finanças preocupado com "chumbo" do Orçamento pede responsabilidade à oposição.

PUBLICIDADE

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, entregou na quinta-feira à tarde a proposta de Orçamento de Estado para 2025 (OE 2025) do Governo ao Presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco.

Na apresentação do documento, o ministro frisou que este "é um Orçamento que procura refletir aquilo que são as prioridades do Governo e a atuação dos últimos seis meses", ou seja, as medidas e programas já aprovados, bem como "o que pretende ser a ação" do Executivo em 2025.

Segundo Miranda Sarmento, o OE 2025 "procura baixar impostos para as familias, jovens e empresas, reforçar a componente dos rendimentos", incluindo para os pensionistas, "valorizar a administração pública" e "apostar no investimento e na execução do PRR".

"Este é um Orçamento bom para o país que procura resolver os problemas dos portugueses", resumiu.

Apresentação do Orçamento do Estado de 2025

O Orçamento baseia-se num cenário macroeconómico de crescimento de 2,1% para 2025. "É um cenário cauteloso e com boas perspetivas" alinhado com as principais entidades nacionais e internacionais, explicou o ministro, acrescentando que os cenários do FMI e do Conselho de Finanças Públicas são até superiores (2,3% para o FMI e 2,4% no Conselho de Finanças Públicas).

Relativamente às contas públicas, o saldo orçamental previsto é de 0,4% do PIB para 2024 e em 2025 de 0,3%. Quanto à divida pública, o Governo estima que seja de 95,9% este ano e 93,3% no próximo ano. Miranda Sarmento acredita que este é um "esforço que o país tem de continuar a fazer" para que, até 2028, a dívida se aproxime dos 80% do PIB.

O ministro das Finanças salientou a quebra da receita fiscal, antecipando a atualização dos escalões de IRS em 4,6%, quando a inflação prevista é 2,3%, sublinhando que "os escalões de IRS serão atualizados no dobro da inflação prevista".

A receita total, sem contar com o PRR, terá uma redução de 43,5% para 43,2%. De acordo com o governante, a despesa com pessoal representará 10,8% do PIB em 2024 e 10,9% em 2025, dado os acordos a que o Governo chegou com algumas carreiras da função pública.

Já as prestações sociais representarão 18,3% em 2024 e 18,1% em 2025, devido à atualização das pensões, que será inferior aos anos anteriores, mas "ligeiramente acima" da inflação, indicou.

Entre as medidas que têm agora reflexo no Orçamento, o ministro destacou o alargamento do IRS Jovem até aos 35 anos, independentemente do nível de escolaridade, "corrigindo uma desigualdade do modelo anterior" e que permite um período de 10 anos em que os jovens terão um desagravamento fiscal. O Governo estima que o IRS Jovem chegue a 350 a 400 mil jovens.

Também o salário mínimo nacional vai aumentar para 870 euros, chegando aos 1020 euros em 2028. O governante explica que o mínimo de existência será também atualizado, permitindo que esta remuneração continue isenta de IRS.

Quanto às empresas, o Governo mantém a proposta de redução em 1% da taxa geral de IRC para 20% em 2025, sem referência a descidas futuras, como exigiu o Partido Socialista.

O OE2025 contempla ainda uma diminuição dos atuais 17% para 16% da taxa de IRC dirigida às pequenas e médias empresas (PME) para lucros até 50 mil euros, com o objetivo de atingir os 12,5% em três anos.

"Exige-se às oposições responsabilidade", diz Miranda Sarmento

Sobre um eventual chumbo do Orçamento, Joaquim Miranda Sarmento afirma "que o país deve estar preocupado com isso" e que se "exige às oposições responsabilidade".

"Tenho a convicção de que o Orçamento será aprovado. É um bom Orçamento para o país, para os idosos, para os mais vulneráveis e para as empresas", declarou o ministro das Finanças.

Quanto à margem orçamental para negociar com a oposição, o ministro ressalvou que o país comprometeu-se com a Comissão Europeia a ter um superávit de 0,3%. Por isso, disse esperar que "os partidos sejam responsáveis e não alterem esse objetivo" que, defende, "é fundamental para cumprir as regras orçamentais europeias e reduzir a dívida pública".

Miranda Sarmento fez, por isso, um "apelo à viabilização" do OE2025 na generalidade, mas também apela à "responsabilidade na especialidade".

A primeira votação da proposta orçamental, na generalidade, está agendada para 31 de outubro, após dois dias de discussão.

Segue-se o debate na especialidade, nas comissões parlamentares, onde os ministros vão apresentar as propostas das suas áreas, e o processo termina com a votação final global, em 29 de novembro.

Com a atual composição do Parlamento, onde os partidos de Governo PSD e CDS não têm maioria absoluta, o OE2025 só poderá ser aprovado com a abstenção do PS ou com os votos dos 50 deputados do Chega.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

“Se conseguirmos acordo podemos encerrar este capítulo”: PS apresenta contraproposta ao Governo

"Esforço máximo para viabilização do OE": Montenegro acolhe propostas do PS no IRC e IRS jovem

PS só viabiliza Orçamento para 2025 sem IRS Jovem e IRC do Governo