Uma política externa a olhar para dentro

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O primeiro passo do governo Orbán, em 2010, foi reconhecer a cidadania aos húngaros que vivem fora das fronteiras. Com isso, mais de 500 mil pessoas obtiveram a cidadania. Pela primeira vez, podem votar nestas eleições.

A decisão deixou a vizinha Eslováquia furiosa e a relação entre os dois países passou por um período de dificuldades.

O segundo problema foi a aprovação da controversa lei, que regulamenta os media.

Isto desencadeou grande critica da União Europeia, que considerou a lei de anti-democrática.

A Hungria colocou-se no topo da agenda do Parlamento Europeu. O ponto mais alto da crise chegou com o relatório do deputado Rui Tavares que denunciou a “sistémica tendência de, repetidamente, modificar o quadro constitucional e legal, em períodos de tempo muito curtos”.

Dizia ainda que e o conteúdo de tais modificações era incompatível com os valores consagrados nos tratados da União.

Quando Orbán assumiu a chefia do Governo, substituiu a bandeira europeia, na janela do seu gabinete.

“Parece que este governo não se sente bem dentro da UE, manobra na periferia e é criticado. Tentou livrar-se da disciplina da União, mas aceita o dinheiro e o apoio da Europa” – diz Péter Balázs, professor universitário e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.

Os Estados Unidos também se preocuparam com a democracia húngara, mas o debate não foi tão intenso.

Mas o Primeiro-Ministro nunca foi convidado para visitar a Casa Branca.

Entretanto, a Hungria cortou relações com o Fundo Monetário Internacional, com um discurso violento: a Hungria é uma nação soberana e a política económica do governo seria bem sucedida. Por isso, não aceitava as condições do FMI.

Preferia o apoio finaneiro da China, Arábia Saudita ou mesmo do Azerbaijão.

O governo tentou que esses países comprassem títulos húngaros, mas só convenceu o Azerbaijão.

Isto, depois de a Hungria ter repatriado um delinquente azerbeiji, acusado do homicídio de um soldado arménio, em Budapeste.

O assassino foi libertado imediatamente e tornou-se um herói nacional. A Arménia protestou, junto da ONU e a Casa Branca condenou a decisão húngara.

Budapeste voltou-se então para a Ásia, procurando aliados na região e compradores para as suas exportações.

“Vemos que a União Europeia enfrenta problemas económicos, mas também verificamos que o Médio Oriente e a Ásia têm um potencial de crescimento muito grande. Por isso, gostaríamos de manter essa estratégia”, diz o secretário de Estado, Peter Szijjártó.

O mais interessante resultado da abertura a oriente foi o negócio do nuclear, com Putin. O investimento, que vai contar com um empréstimo de 10 mil milhões de euros, foi criticado por muitos, porque compromete o futuro da economia húngara.

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E ainda, pelo segredo de muitos detalhes.

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