Japão: Braço de ferro em Okinawa devido a base militar americana

Japão: Braço de ferro em Okinawa devido a base militar americana
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De  Francisco Marques com AFP, Japan Times, Huffington Post
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Primeiro-ministro nipónico envia "braço-direito" à ilha para tentar desbloquear impasse, mas o recém-eleito governador local faz finca-pé e conta com o apoio do povo

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Yoshihide Suga, o braço-direito do primeiro ministro do Japão, deslocou-se este fim de semana a Okinawa para debater com o governador local, Takeshi Onaga, o plano de deslocar a base militar dos Estados Unidos situada no centro da ilha para uma posição costeira mais a norte.

O projeto já está em andamento, mas não é bem visto pelos residentes da ilha, Eleito em novembro, num sufrágio contra o antecessor que havia dado em dezembro de 2012 o “ok” para a deslocalização da base americana, Onaga mandou suspender os trabalhos submarinos que estavam em curso, de preparação da zona prevista para receber a base.

Tokyo urges Okinawa governor to back down in US base row http://t.co/HaFEG5xmy9pic.twitter.com/jEvD7gHOep

— FRANCE 24 (@FRANCE24) 5 abril 2015

O impasse neste projeto está a atrapalhar os preparativos da vista do primeiro-ministro Shinzo Abe a Washington, prevista para decorrer entre o dia 26 deste mês e 3 de maio.

“Deslocar a base para Henoko, no norte da ilha, é a única forma de manter a aliança entre o Japão e os Estados Unidos ao mesmo tempo que se evitam os perigos inerentes à atual localização”, explicou Yoshihide Suga

Aos argumentos do braço-direito de Shinzo Abe, o governador Takeshi Onaga respondeu com a vontade do povo, que vê na presença de uma base militar na ilha uma fonte de problemas de ruído, de poluição e crime.

“As pessoas de Okinawa, deixem-me sublinhar, nunca se ofereceram para ter aqui uma base militar. Quanto mais o governo insistir que a relocalização da base vai continuar, mais zangado o povo de Okinawa vai ficar”, avisou Onaga.

À porta do hotel onde decorreu a reunião, a população de Okinawa manifestou-se contra a presença na ilha de qualquer tipo de base militar. Com o apoio do povo, Takeshi Onaga faz finca-pé e ameaça não deixar avançar o plano americano. Para já, a suspensão dos trabalhos em curso foi justificada com a eventual agressão aos recifes de coral existentes no local.

Okinawa welcome Tokyo, but no base #Henoko. Photo henokonow</a> <a href="https://twitter.com/yutakatheblues">yutakathebluesyamaguchi_izumi</a> <a href="http://t.co/ejdqtGVnhm">http://t.co/ejdqtGVnhm</a> <a href="http://t.co/3cH7EMxVAt">pic.twitter.com/3cH7EMxVAt</a></p>&mdash; Per-Erik Schulze (PerErikSchulze) 5 abril 2015

Cerca de 20 por cento de Okinawa está ocupado por instalações militares americanas, representando cerca de 75 por cento de todas as instalações militares dos Estados Unidos no Japão. Cerca de 25 mil elementos das forças armadas lideradas a partir do Pentágono estão baseados nesta ilha, isto é, cerca de metade dos recursos humanos de militares americanos em todo o Japão.

No mês em que se assinalam os 70 anos sobre a batalha de Okinawa, na qual morreram muitos japoneses e americanos, a ilha levanta “a voz” contra o governo nipónico. O projeto de deslocalizar a base aérea de Futenma da cidade densamente habitada de Ginowan para uma zona mais despovoada junto ao Cabo Henoko foi estabelecido já há algum tempo. Mas a oposição dos residentes nos locais afetados está a crescer e o braço-de-ferro entre Tóquio e Okinawa promete durar.

#OnThisDay: In 1945 The Battle of Okinawa, aka Operation Iceberg, begins. Total KIA's - Japan: 77,000 Allies: 14,000 pic.twitter.com/SyURU8pcUo

— War Related, Inc. (@WarRelated) 1 abril 2015

Why was victory at Okinawa #OTD in 1945 so critical for allied force in the Pacific? http://t.co/Unv363qeJ6. pic.twitter.com/bBHPIQ9Zrj

— U.S. Naval History (@NavyHistoryNews) 1 abril 2015

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