O primeiro-ministro israelita cede às críticas internas e internacionais a uma das primeiras medidas aprovadas pelo novo executivo. Benjamin
O primeiro-ministro israelita cede às críticas internas e internacionais a uma das primeiras medidas aprovadas pelo novo executivo.
Benjamin Nethanyahu cancelou a polémica proibição de passageiros palestinianos nas linhas de autocarros que asseguram a ligação com a fronteira da Cisjordânia, utilizadas diariamente por milhares de habitantes dos territórios ocupados, empregados em Israel.
“Ouvi falar da medida nos noticiários, mas ainda não vi qualquer mudança, claro que é uma situação que nos afeta diretamente. O meu pai disse-me que deverá criar grandes engarrafamentos no regresso a casa”, afirma um trabalhador palestiniano.
A decisão, que deveria entrar em vigor, de forma experimental, esta quarta-feira, tinha sido proposta pelo ministro da Defesa, Moshe Yaalon, para prevenir os atentados contra os transportes públicos.
Para a responsável da ONG, Yesh Din, Emily Schaeffer,
“Não há qualquer justificação em termos de segurança para esta política de segregação nos autocarros, trata-se apenas do resultado da pressão dos colonos sobre a liderança militar. Estamos a falar de uma população de palestinianos que tem autorizações de trabalho em Israel e que provaram que não representam uma ameaça à segurança do território. Estamos perante um novo passo na implantação de uma política de ‘Apartheid’ na Cisjordânia”.
A intervenção de Nethanyahu ocorre depois das críticas da esquerda israelita ao que considera ser uma concessão aos colonos por parte do governo de coligação mais à direita de sempre na história no país.
O cancelamento da medida ocorre no mesmo dia em que a responsável diplomática da União Europeia se desloca ao território pela primeira vez desde a reeleiçao de Nethanayahu e a promessa do primeiro-ministro de prosseguir a colonização e não reconhecer um estado palestiniano.