Polícia e militares húngaros acusados de violência sobre migrantes

Polícia e militares húngaros acusados de violência sobre migrantes
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Enquanto o governo húngaro aprova a operação de larga escala para capturar e expulsar do país migrantes e refugiados, o relatório da Human Rights Watch (HRW), denuncia violentos espancamentos de algum

PUBLICIDADE

Enquanto o governo húngaro aprova a operação de larga escala para capturar e expulsar do país migrantes e refugiados, o relatório da Human Rights Watch (HRW), denuncia violentos espancamentos de algumas dessas pessoas, atos de agressão que visam homens, mulheres e crianças.

De acordo com a nova regulamentação em vigor no país desde 5 de julho, as forças de segurança têm ordem para a capturar e expulsar aqueles que entraram ilegalmente no território ou que sejam encontrados a uma distância de até oito quilómetros da fronteira com a Sérvia. Mas há relatos de perseguições em zonas bastante mais no interior do país, e mesmo na área da capital, Budapeste.

Asylum: first time appliants
Create bar charts

O novo relatório da ONG com sede em Nova Iorque inclui testemunhos de 12 migrantes recolhidos em abril e maio, onde estes referem que foram brutalmente espancados por forças de segurança e de novo reenviados para a Sérvia.

“Nos filmes nunca vi espancamentos como estes”, diz um homem citado no relatório. “Provocaram-nos graves ferimentos deliberadamente”.

A Hungria “está a desrespeitar todas as regras” e a “rejeitar de forma sumária” os pedidos de requerentes de asilo que atravessam a Sérvia, indica Lydia Gall, investigadora do HRW.

“As pessoas que entram na Hungria sem autorização, incluindo mulheres e crianças, foram espancadas de forma brutal e forçadas a regressar ao outro lado da fronteira”, acrescentou.

Cerca de 400.000 migrantes e refugiados atravessaram a Hungria em 2015 antes do Governo da direita nacionalista do primeiro-ministro Viktor Orban ter encerrado no outono as suas fronteiras sul, agora protegidas por vedações com arame farpado.

Húngria não quer muçulmanos no país

As autoridades também adotaram nova legislação que pune a entrada ilegal e a destruição das vedações fronteiriças, e que já implicaram 3.000 condenações em julgamentos sumários, que na maioria implicam ordem de expulsão.

Orban considerou que a imigração em massa de muçulmanos ameaça a segurança da Europa e a sua identidade cristã, e recusa aceitar refugiados provenientes de centros de acolhimento de acordo com o esquema de quotas decidido pela União Europeia (UE).

Refugees: arrivals to European countries
Create bar charts

Apesar das vedações o número de imigrantes ilegais intercetados pela polícia húngara tem aumento todos os meses em 2016, para um total de 17.500 no final de junho.

Em resposta, a legislação que entrou em vigor no início de julho permite às autoridades expulsar qualquer migrante detetado na “terra de ninguém” com oito quilómetros na fronteira entre a Hungria e a Sérvia, antes de atingirem as “zonas de trânsito”.

A Hungria restringiu ainda o número de pessoas que diariamente podem ser acolhidas nas zonas de trânsito, e onde podem ser submetidos os pedidos de asilo.

Refugees: number of stranded people
Create column charts

Nos últimos meses, centenas de pessoas, em particular homens jovens e solteiros, foram forçados a aguardar, em condições degradantes, na faixa situada entre a zona de controlo de passaporte na Sérvia e a vedação húngara.

Stranded refugees - June 2016

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Húngaros céticos e divididos quanto ao potencial de mudança das eleições europeias

Orbán na abertura da campanha para as europeias do Fidesz: "O que Bruxelas está a fazer é brincar com o fogo"

Oposição na Hungria apela à realização de eleições antecipadas