Sismo em Itália: O trabalho árduo do socorrista

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Nas localidades dos Apeninos atingidas pelo terramoto na madrugada de quarta-feira, as equipas de resgate prosseguem o penoso trabalho de busca de sobreviventes.

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Nas localidades dos Apeninos atingidas pelo terramoto na madrugada de quarta-feira, as equipas de resgate prosseguem o penoso trabalho de busca de sobreviventes. De mãos nuas e sem descansar, numa luta contra o tempo.

Conseguiram retirar dos escombros 215 sobreviventes, até ao anoitecer de quinta-feira. A cada hora que passa diminuem as chances de resgatar com vida as vítimas soterradas, mas todos recordam que em 2009 em L’Aquila foram encontrados sobreviventes 72 horas depois do terramoto.

Para entender melhor a dinâmica das operações de busca e resgate, a euronews entrevistou James Perry, da ONG International Rescue Corps (IRC), organização criada em resposta ao sismo de Irpinia, na Itália, em 1980, que fez cerca de três mil mortos.

Lesley Alexander, euronews:
Já não há muito tempo para socorrer aqueles que ficaram sob os escombros na Itália. Quais os maiores desafios e que chances existem de encontrar sobreviventes?

James Perry, IRC:
As chances de encontrar pessoas vivas são ainda elevadas. O ser humano consegue sobreviver sem água 3 ou 4 dias. Passado esse tempo, começa a ser menos provável sobreviver sem água debaixo dos escombros.

Regressei da Itália há uns dias e parece-me que um dos maiores desafios a enfrentar pelas equipas de socorro é o calor. Trabalham sem interrupção, sem dormir, e arriscam desidratações e insolações.

Lesley Alexander, euronews:
O que é preciso para se ser socorrista?

James Perry, IRC:
Não é um trabalho glamoroso, a missão de resgate. Muita gente pensa que se é aclamado como herói. Não é assim. É preciso alguém com bastante humildade, geralmente.

É evidente que é necessário ter uma estrutura emocional forte, porque vemos constantemente pessoas feridas. Somos confrontados com a morte e vemos muitas pessoas que perderam tudo o que tinham e é preciso muita força interior para lidar com isso.

O que é provavelmente mais importante, nessas situações quando à sua volta se passam tantas coisas horríveis, é ser capaz de manter um sorriso no rosto, de cuidar de si próprio e, em especial garantir o cuidado dos membros da sua equipa. É essencial cuidar das pessoas que estão consigo para que o trabalho da equipa seja eficaz.

Lesley Alexander, euronews:
Também acontecem sucessos. Como se sente o socorrista quando consegue salvar uma vida?

James Perry, IRC:
É o melhor sentimento que pode experimentar, quando conseguiu ajudar alguém que se encontrava num abismo de desespero, quando consegue tirá-lo desse desespero. São momentos de grande alegria.
Quando conseguimos resgatar alguém, ficamos muito atentos, queremos que essa pessoa permaneça protegida até que se encontre num lugar onde possa ter apoio permanente. Sentimos que fizemos algo de bom, basicamente.

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