Palestina ameaça Israel com recurso ao Conselho de Segurança da ONU

Palestina ameaça Israel com recurso ao Conselho de Segurança da ONU
Direitos de autor 
De  Francisco Marques
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Em causa estão dois projetos de lei aprovados em conselho de minsitros e que visam legalizar colonatos clandestinos na Cisjordânia e limitar o volume de som dos chamamentos religiosos nas mesquitas da

PUBLICIDADE

A Autoridade Palestina ameaça recorrer ao Conselho de Segurança das Nações Unidas contra Israel caso dois projetos-lei debatidos e aprovados domingo em conselho de ministros pelo executivo israelita sejam aprovados pelo parlamento, o Knesset. Em causa a eventual legalização de colonatos clandestinos na Cisjordânia e a limitação do volume de som dos altifalantes usados nomeadamente pelas mesquitas.

Através da agência de notícias Wafa, a porta-voz do presidente Mahmoud Abbas afirmou que a liderança palestiniana está disposta a recorrer ao Conselho de Segurança da ONU e a outras instituições internacionais para impedir Israel de implementar os projetos de lei em discussão e para “parar esta escalada israelita.”

PA says it will go to UN over Amona, mosque muffling bills https://t.co/ifmlEkoFK7

— The Times of Israel (@TimesofIsrael) 14 de novembro de 2016

Através de um comunicado enviado desde o Turquemenistão, onde estava, o porta-voz da presidência palestiniana, Nabil Abu Rudeineh, descreveu os projetos de lei israelitas como “graves” e como potenciais causas de “desastres na região.”

Por seu turno, o primeiro-ministro israelita alega que limitar o volume de som nas mesquitas é algo que já se faz noutros países. “É normal em muitas cidades europeias assim como em vários locais no mundo islâmico, onde limitam o volume em prol do bem do público em geral. Eu apoio a legislação neste sentido e a sua implementação no estado de Israel”, afirmou domingo Benjamin Netanyahu.

Israel's Netanyahu backs to limit the volume of calls to prayer as citizens complain about excessive “noise” https://t.co/Uv8FeSWjPR

— Al Jazeera News (@AJENews) 14 de novembro de 2016

O chefe do Governo hebraico garante que “tanto muçulmanos, como judeus e cristãos sofrem com este problema”. “Muita gente me tem procurado, de todas as classes sociais em Israel, a reclamar pelo sofrimento causado pelo ruído excessivo oriundo dos anúncios destas casas de oração”, acrescentou Netanyahu.

Uma conhecida representante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hanan Ashrawi, denunciou já esta segunda-feira o conselho de ministros israelita por “interferir com um dos princípios básicos dos Islão” através de um projeto de lei que “viola a liberdade religiosa”. “Este é um golpe direto na tolerância e na inclusão, e constitui uma séria provocação a todos os muçulmanos”, avisou Hanan Ashrawi, citada também pela Wafa.

Sobre o outro projeto de lei que visa legalizar o condenado colonato de Amona na Cisjordânia, a representante da OLP acusa: “a insistência de Israel no empreendimento de colonatos e no roubo de terras e recursos da Palestina assim como a flagrante violação de direitos e liberdades dos palestinianos, representam a essência das suas perigosas e destrutivas políticas.”

Sobre este projeto de lei, o primeiro-ministro de Israel terá sido contra a aprovação imediata, mas não terá feito muita força para evitar que o processo siga agora para o Knesset.

Israeli government approves bill barring mosque loudspeakers https://t.co/G50iPjgqYw#Mosques#MuslimPrayerpic.twitter.com/kCZy9DMzER

— Israel News Online (@IsraelNewsOrg) 14 de novembro de 2016

De acordo com a imprensa israelita, Netanyhau seria apologista de esperar por uma decisão sobre o adiamento por seis meses da demolição do colonato solicitado há duas semanas e que este passo pode ter inviabilizado essa possibilidade.

O colonato de Amona foi fundado em 1995. Dez anos depois, o Supremo Tribunal de Israel decretou que o colonato havia sido construído em território palestiniano, por isso, era ilegal e teria de ser evacuado, o que não aconteceu até hoje. Mais recentemente, em 2014, o tribunal ordenou também a demolição do colonato de Amona, o que terá de acontecer até 25 de dezembro deste ano.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Chefe dos serviços secretos militares israelitas demite-se por não ter evitado ataque do Hamas

Israel promete que Irão "enfrentará as consequências das suas ações"

Altos comandantes militares iranianos anunciam que operação contra Israel "foi concluída"