França: Fillongate pode obrigar Republicanos a mudarem de candidato presidencial

França: Fillongate pode obrigar Republicanos a mudarem de candidato presidencial
De  Euronews
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O candidato à eleição presidencial em França, François Fillon, foi ouvido na segunda-feira, durante cinco horas, pelos polícias da brigada financeira do Ministério…

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O candidato à eleição presidencial em França, François Fillon, foi ouvido na segunda-feira, durante cinco horas, pelos polícias da brigada financeira do Ministério Público. Fillon e a mulher responderam separadamente às questões. Mas esta manhã surgiram novas revelações sobre o caso que começa já a ser designado por Fillongate.

Segundo o Canard Enchainé, que revelou o caso, as somas recebidas por Penelope Fillon serão bastante mais importantes do que as divulgadas e os filhos do casal terão sido também empregados do pai. E foi o próprio Fillon quem lançou esta pista numa entrevista à estação de televisão francesa TF1
“Quando era senador aconteceu-me remunerar dois dos meus filhos que eram advogados por missões precisas, por causa das suas competências. Era a lei e ainda é. Por isso continua a ser legal”.

No total, a mulher do candidato dos Republicanos terá recebido 831.440 euros, a filha, 57.084 euros, e o filho, 26.651 euros. Ou seja, 83.735 euros entre os dois filhos por prestações como advogados. O pior é que, segundo o jornal, no momento em que foram contratados, os dois eram estudantes e não advogados. A comunicação de François Fillon perde-se em explicações cada vez mais confusas, enquanto uma outra bomba rebenta na imprensa. O site Mediapart revela agora que Fillon é desde 2012, e continua a ser, conselheiro de empresas cotadas na bolsa. Se assim fôr há conflito de interesses.
O candidato vai-se defendendo: “Na história da V República nunca houve uma situação assim. Nunca a três meses de uma eleição presidencial, foi montada uma operação de tal envergadura para tentar eliminar um candidato de outra forma que não seja a via democrática”, afirmou.

Se excluimos o caso de Dominique Strauss Khan, que ainda não era candidato oficial quando o escândalo rebentou, a V República francesa não tem memória de nada assim. A justiça vai ter que pronunciar-se rapidamente:ou através da arquivação do caso, ou através da abertura de um processo judicial, cuja duração média em França é de 30 meses.

Ou seja, se houver processo ele não estará concluído antes da eleição e, claro, que os Republicanos estão a braços com a decisão de manter a candidatura de Fillon ou substituí-lo. Por enquanto, o partido não se pronunciou, mas há rumores de que o Plano B começa a ser equacionado.

Pela lógica seria Alain Juppé, o outro finalista da primária, a assumir a candidatura, mas o presidente da câmara de Bordéus terá declinado esta hipótese. Jupé tem a desvantagem da idade face aos adversários e uma condenação por empregos fictícios no cadastro.

Restam aos Republicanos as jovens promessas do partido. Os nomes mais evocados para suceder a Fillon na candidatura são François Baroin, presidente da Associação dos Autarcas de França, Xavier Bertrand, presidente do Conselho Regional des Hauts-de-France ou Laurent Wuaquiez, presidente do Conselho Regional Auvergne Rhône-Alpes.

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