UNICEF assinala Dia Mundial da Água com alerta sobre Angola

Imagem registada no Bangladesh ilustrativa do Dia Mundial da Água
Imagem registada no Bangladesh ilustrativa do Dia Mundial da Água Direitos de autor REUTERS/Mohammad Ponir Hossain
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Quase metade dos agregados familiares em Angola não tem acesso a fontes de água potável em pleno século XXI

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Cerca de metade dos agregados familiares (47%) angolanos não tem acesso a fontes de água potável e muitas crianças passam horas a caminhar diariamente para aceder a esse líquido, adianta a UNICEF.

Um comunicado emitido esta quarta-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em alusão ao Dia Mundial da Água, que se assinala quinta-feira, refere que devido à falta de fontes de água potável muitas crianças não têm oportunidade de ir à escola.

A UNICEF avisa que "esta jornada pode ser perigosa", tendo em conta que os utensílios utilizados para acarretar água pelas crianças podem pesar, geralmente, cerca de 20 quilos.

"Para algumas, essa rotina diária para coletar água pode consumir suas vidas. Elas temem ataques e temem caminhar longas distâncias, e perdem a oportunidade de ir à escola ou de brincar com os amigos", lê-se no comunicado.

Em tempos de crise e de estabilidade, a UNICEF fornece o acesso à água potável, saneamento e higiene para crianças em todo o mundo, mesmo nos locais de difícil acesso, sublinha o documento.

No ano passado, a UNICEF forneceu água potável a perto de 30 milhões de pessoas em emergências humanitárias, 284.184 das quais se encontravam em Angola.

"Pelo menos 263 milhões de pessoas no mundo levam mais de 30 minutos para ir e voltar para coletar água. Em Angola, isso ocorre com 19% dos agregados em áreas urbanas e 43% dos agregados em áreas rurais, dentre aqueles sem acesso à água para beber dentro de casa", salienta.

No entanto, a UNICEF realça que houve uma evolução no acesso à água dos agregados familiares em Angola entre 2015-2016 comparativamente a 2008-2009, aumentando 12 pontos percentuais (42% para 54%), crescimento que se registou sobretudo nas áreas urbanas.

Num relatório divulgado esta semana na abertura do Fórum Mundial da Água, a decorrer em Brasília, a UNESCO alertou para o extremar climtico que o planeta vai sofrer e sugeriu o regresso do homem ao controlo dos ecossistemas através dos métodos da própria Natureza.

Em algumas regiões de África e no Brasil já estão a ser implementadas algumas medidas para controlar os efeitos das alterações climticas.

No Mali, há quem esteja a plantar árvores endémicas para controlar o avanço dos desertos impulsionado pela seca.

No Brasil, várias plantações prejudicadas pela falta de água estão a ser substituídas por vegetação natural dos respetivos terrenos com potencial de entrar na alimentação humana e combater a falta de colheitas.

Aproveitar a Natureza para melhor nos adaptarmos aos efeitos das alterações climáticas é a proposta das Nações Unidas neste Dia Mundial da Água.

Estabelecer compromissos a nível global com os governos e com os serviços privados ligados à água é a grande prioridade do Forum a decorrer em Brasília.

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