Nikol Pashinyan, líder da oposição arménia, foi preso depois de, num debate televisivo, ter instado Serzh Sargsyan a demitir-se. O primeiro-ministro abandonou o debate.
Nikol Pashinyan, membro do parlamento arménio e líder da oposição, foi preso depois de o primeiro-ministro arménio, Serzh Sargsyan, ter decidido abandonar um debate televisionado com ele este domingo.
Pashinian tem liderado os protestos que duram há já uma semana na Arménia, alegando o apego ao poder de Sargsyan ao mudar o país de um sistema presidencial para uma república parlamentar investindo assim a figura de primeiro-ministro de poder executivo enquanto era ainda presidente.
Numa troca de palavras tensa, o líder da oposição insistiu que o agora de novo primeiro-ministro e anteriormente Presidente por dois mandatos consecutivos devia demitir-se.
Depois de dizer que o que estava em causa era "chantagem", Sargsyan abandonou o local.
Aos jornalistas ali reunidos, Pashinyan apelou à continuidade dos protestos, a que chamou Revolução de Veludo, em alusão aos protestos pacíficos que em 1989 puseram fim ao domínio comunista na Checoslováquia.
Milhares de pessoas responderam ao apelo e saíram às ruas em protesto pela detenção.
A polícia de choque respondeu com granadas de atordoamento e com a prisão de outros dois responsáveis da oposição, deixando-a sem liderança. Prendeu ainda cerca de 200 manifestantes.
Para além da acusação do reforço de poder com vista à sua continuidade, o primeiro-ministro Sargsyan tem dedos apontados por falhar na resolução das tensões com o Azerbaijão e a Turquia, para além de uma pobreza generalizada no país.