A missão impossível de Theresa May

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De  Bruno Sousa
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Acordo com UE já foi ratificado pelo governo mas ainda precisa de ser aprovado pela Câmara dos Comuns

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O acordo técnico entre Reino Unido e a União Europeia para o Brexit fez algumas vítimas no governo de Theresa May mas não deixou de ser aprovado pelo executivo. Segue-se uma missão bem mais complicada, quiçá impossível, convencer o parlamento.

A primeira-ministra apresentou o documento à Câmara dos Comuns e sublinhou que foram necessárias várias cedências de parte a parte para tornar o acordo possível:

"Não vou fazer de conta que este processo é confortável, nem vou dizer que nós ou a União Europeia estamos muito felizes com tudo o que foi incluído neste acordo. Mas a realidade é esta. Este é um acordo que ambas as partes esperavam nunca ter de usar e disseram-no. Apesar de haver quem possa pensar o contrário, não existe nenhum acordo que garanta o Brexit aguardado pelo povo britânico que não envolva estas salvaguardas."

A votação terá lugar em meados de dezembro, depois do acordo ser formalizado com a União Europeia. May insiste que não há alternativas:

"A escolha é clara, podemos escolher sair sem acordo, podemos arriscar não ter o Brexit... ou podemos unir-nos e apoiar o melhor acordo que pôde ser negociado."

E se a primeira-ministra tem dificuldades em convencer a própria bancada parlamentar, não será a oposição a facilitar-lhe a vida. Jeremy Corbyn foi um dos principais críticos:

"Depois de dois anos de negociações desastrosas, o governo apresentou um acordo remendado, que viola as próprias linhas de orientação da primeira-ministra e que não soluciona nenhuma das seis questões que nós levantámos. Não é o acordo que foi prometido ao país e o parlamento não pode, e acredito que não vai, aceitar a falsa escolha entre este mau acordo e nenhum acordo."

O tempo vai passando e cada passo rumo ao Brexit parece obrigar o Reino Unido a dar dois passos atrás. A dúvida sobre o que vai acontecer a 29 de março de 2019 é maior que nunca.

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