O memorando de entendimento assinado para pôr fim aos conflitos políticos entre os dois países deve ter reflexos na livre circulação pessoas e bens
Ruanda e Uganda preparam-se para uma experiência inédita de cooperação comercial.
O memorando de entendimento assinado para pôr fim aos conflitos políticos entre os dois países deve ter reflexos na livre circulação pessoas e bens.
Durante a assinatura do acordo de paz entre os dois estadistas, ficou acordada a abertura da fronteira entre os países que vai se traduzir num aumento das trocas comercias.
A população ruandesa mostrou-se cética em relação a efetivação do acordo de paz, mas o analista político Gatete Nyiringabo considera que ao efetivar-se a implementação do memorando de entendimento, o impacto económico será muito importante em dois sentidos. Primeiro, pelo facto do encerramento da fronteira entre os dois países ter significado perdas principalmente para o Uganda.
O Uganda exportava para o Ruanda bens e serviços na ordem dos 450 mil milhões de euros em meados de 2017. Em 2018, este valor caiu de 450 mil milhões para 45 milhões de euros. Segundo Gatete Nyiringabo, este ano é provável que não volte a subir devido ao conflito.
Já o Ruanda importava bens e serviços de cerca de 15 milhões de euros do Uganda. O impacto para o Ruanda não é tão grande comparativamente aos países ao oeste da fronteira entre o Uganda e o Ruanda, onde o crescimento das suas economias se apoia, sobretudo, na importação e exportação para o Ruanda
A assinatura deste memorando de entendimento, que contou com a facilitação de Angola, vai proporcionar o crescimento económico entre estes dois países, mas também vai de encontro com os objetivos da criação da Zona de comércio livre Africana, que passa pela criação de um mercado único continental com livre circulação de pessoas e investimentos.