Oposição unida espera conquistar capital húngara nas eleições locais, repetindo o cenário vivido no Verão na Turquia
Poderá Budapeste tornar-se na próxima Istambul? É a questão que paira no ar nas eleições locais deste domingo na Hungria. A fazer frente unida, a oposição húngara quer repetir o cenário vivido no início do Verão na Turquia, onde o opositor Ekrem Imamoglu derrotou o candidato do partido AKP no poder, algo inédito na era de Recep Tayyip Erdogan.
Pela primeira vez numa década, o presidente da câmara de Budapeste István Tarlós não parece ter a reeleição garantida e o candidato apoiado pela totalidade da oposição, Gergely Karácsony, acredita poder arrebatar a capital, onde se joga o posto mais importante deste escrutínio, por eleição direta.
A incerteza no resultado terá sido uma das razões pelas quais se viveu uma das campanhas mais tensas e sujas de que há registo. Os meios de comunicação pró-governamentais multiplicaram as críticas contra a oposição e a polícia chegou mesmo a investigar um candidato opositor, András Pikó, simplesmente com base num artigo duvidoso publicado na imprensa. Pikó viu mesmo a eletricidade cortada de forma misteriosa, durante um comício.
A região de Budapeste é considerada como mais liberal do que o resto do país, dominado pela formação nacionalista conservadora do primeiro-ministro Viktor Orbán. Se Karácsony conquistar a capital, o resultado terá um profundo efeito no panorama político húngaro.